segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Fique por dentro - Quando e onde a Pet Terapia surgiu?

Foto: Asilo Legião do Bem
Tudo começou dentro de um asilo psiquiátrico


A Terapia Assistida com Animais (TAA) surgiu em 1792, na Inglaterra, quando Willian Tuke indicou o uso de animais domésticos no tratamento de doentes mentais de um asilo psiquiátrico em Londres. É sabido que esta terapia começou a ser aplicada após a morte de uma paciente deste asilo, quando o tratamento feito até então foi questionado. A partir daí, foram utilizados tratamentos alternativos e a terapia se espalhou pelo mundo.A relação entre o homem e os animais remonta a tempos antigos. A domesticação de animais começou na Ásia, há cerca de cinco mil anos, quando os mesmos serviam aos homens como fonte de alimentos ou trabalho. Com o passar dos anos, a relação entre os homens e os cães foi se estreitando de modo que foram construindo vínculos afetivos muito fortes e duradouros. Tais relações são reflexos da modernização das cidades e da individualização cada vez maior da cultura na sociedade ocidental. Isto porque a sociedade moderna tem como características marcantes a solidão e o isolamento. Os animais domésticos, de alguma forma, contribuem diretamente para minimizar e harmonizar esses sentimentos.

TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS (TAA):o cão como dispositivo terapêutico na clínica fonoaudiológica

Fga. Ms. Camila Mantovani Domingues


"Percebi que os remédios nem sempre vinham em frascos, mas também em quatro patas".(Dr. Willian Thomas, 1994)

Ao compartilhar nossas rotinas com os animais, estes passaram a fazer parte de nossa cultura ao ocupar diferentes papéis, para além da companhia. Atualmente, devido aos benefícios não restritos ao senso comum, mas também elencados a partir de pesquisas científicas, eles habitam consultórios, hospitais, escolas e instituições diversa. Desses estudos originaram-se duas formas de denominar procedimentos que envolvem animais com o objetivo de cuidar da saúde humana: atividade assistida por animais (AAA) e terapia assistida por animais (TAA) (DELTA SOCIETY, 2006). O termo Terapia Assistida por Animais, do inglês Animal Assisted Therapy (AAT), atualmente considerado oficial, foi proposto pela organização americana Delta Society (www.deltasociety.com) entidade referência para a implantação de programas de Atividade Assistida por Animais (AAA) e Terapia Assistida por Animais. A TAA é dirigida para promover a saúde física, social, emocional e/ou funções cognitivas através de processo terapêutico formal, com procedimentos e metodologia, amplamente documentado, planejado, tabulado, medido, e com seus resultados avaliados, podendo ser desenvolvido em grupo ou de forma individual (Delta Society, 1996).A hipótese do cão funcionar como um dispositivo terapêutico e potencializar o processo também foi confirmada em pesquisa realizada por nós no Programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia da PUC-SP, no período de fevereiro de 2006 a agosto de 2007. Nos casos acompanhados, a partir da motivação para o contato com o animal, notamos significativa participação dos pacientes na terapia, corroborando os achados de pesquisas e relatos sobre os efeitos positivos do envolvimento de cães em ambiente terapêuticos diversos (KAWAKAMI, 2002; LEWIS, 2003; BECKER, 2003; DOTTI, 2005; MACAULEY, 2006; OBIHACC, 2006). Nos casos estudados, a presença do cão, no setting fonoaudiológico, favoreceu:
" a interação terapeuta/paciente;" intensificou a atividade dialógica entre o par;" a gestualidade e a movimentação corporal comunicativamente eficientes (LaFRANCE e outros, 2007);" a motivação para as atividades de leitura e escrita por parte dos pacientes;" a diminuição dos sintomas manifestos na linguagem oral e/ou gráfica, e" a mobilização da afetividade positiva dos pacientes.
Além dos benefícios descritos, outros já apontados cientificamente comprovam que quando crianças e animais estão juntos, seja em uma terapia, na sala de aula ou em outras atividades:
o Cria-se um ambiente motivador para as crianças interação.o Proporciona-se atividades interessantes, espontâneas, facilitando a aprendizagem e a comunicação.o Facilita-se o desenvolvimento emocional através do vínculo formado entre a criança e cão no qual muitos sentimentos são trocados, auxiliando na superação de conflitos e em uma maior consciência de si mesmo.o Encoraja o respeito por todas as formas de vida, desenvolvendo senso de responsabilidade e de cuidado consigo e com o outro.o Facilita a comunicação, favorecendo processos interativos entre criança e cão e/ou com os outros próximos a eles.o Favorece a expressividade, em diversas formas, já que o animal não julga nem tem preconceito.
E foi o psicólogo infantil norte-americano Boris M. Levinson que, na década de 60, trouxe para a ciência e a prática a riqueza do potencial terapêutico das relações entre crianças e animais. Em seu trabalho ele percebeu que a natureza do vínculo entre pessoas e animais era de uma qualidade diferenciada. Contudo, essa experiência vivenciada por ele significou uma nova visão para a abordagem terapêutica, baseada na relação do homem com o animal.
Era o fim dos anos 50, em Nova York. Havia um mês o psicólogo infantil americano Boris Levinson tentava estabelecer contato com o seu mais novo paciente, um menino de quase 10 anos com sérios problemas de socialização. Certo dia, o pequeno paciente chegou antes da hora marcada para a consulta e, na sala de espera, encontrou "Jingles", o cão labrador do doutor Levinson. Ao abrir a porta de seu consultório, qual não foi a surpresa do psicólogo: abraçado ao cachorro, o menino discorria sobre suas angústias e aflições. A experiência motivou Levinson a usar o "doutor" Jingles no tratamento de autismo. Ele descobriu que o animal propiciava às crianças a oportunidade de expressar suas emoções. Os resultados dos estudos de Levinson foram divulgados em 1962, num artigo intitulado "The dog as a 'co-therapist'" ("O cachorro como um 'co-terapeuta'"). Na ocasião, o psicólogo foi motivo de chacota entre os colegas. Hoje, passadas mais de quatro décadas, as teorias de Levinson são levadas muito a sério. Está comprovado que a convivência com animais faz bem à saúde física e mental dos seres humanos de qualquer idade. (FUCKS, 1989)
As experiências com animais em ambientes terapêuticos, nos moldes da TAA, ao longo destes anos, têm mostrado que este dispositivo é potencializador para os processos em que os envolvidos apresentam motivação para estar com o animal. Crianças que apresentam recusas ao tratamento, mediante a presença de um cão no setting, esboçam entusiasmo, ressignificação do processo e interação ativa. Finalizo, ressaltando que as pesquisas atestam a eficácia da TAA em ambientes terapêuticos, bem como a gradativa mobilização de pesquisadores em direção ao tema.

Contato:camiladomingues_taa@ig.com.br

Fonte: Portal Fonoaudiálogo

domingo, 6 de setembro de 2009

Avaliação de uma terapia assistida por animais de companhia (TAAC) em idosos na Espanha

"Parc Serentill" é um lar situado em Badalona (Catalunha, Espanha) e gerido pela Fundação Vallparadís, entidade pertencente ao Grupo Mútua de Terrassa. Neste lar residem 56 idosos e outros 25 utilizam-no como centro de dia. Existem 40 funcionários no lar. Desde Setembro de 1997, no seguimento de um protocolo com a Fundación Purina, vivem também neste lar dois cães da raça Golden Retriever. Durante estes três anos, verificou-se que a presença dos animais no lar e a sua relação com os idosos estimulou e modificou diferentes aspectos afectivos, comunicativos e inclusivamente, em alguns casos, cognitivos. Portanto, de um ponto de vista subjectivo, foi possível comprovar o potencial terapêutico da interacção entre idosos e animais.A novidade deste estudo é, entre outras, a metodologia, já que para validar cientificamente as hipóteses, procurámos que fossem os próprios beneficiários da terapia assistida por animais de companhia (TAAC) os reais protagonistas da avaliação e não meros objectos de estudo passivos.Partindo de uma instrução simples, foi pedido aos idosos e ao funcionários do lar que expressassem livremente a sua opinião (em termos de benefícios e inconvenientes) relativamente à presença dos animais no lar. Todos este material testemunhal, obtidos a partir de pessoas directamente implicadas na TAAC, foi gravado, transcrito, analisado e comparado, passando a constituir a base do nosso estudo qualitativo.Os resultados obtidos confirmam, verificam e ampliam as conclusões apresentadas em congressos e em comunicações científicas anteriores, centradas basicamente nos benefícios físicos, psicológicos e sociais que as TAAC trazem às diferentes populações.

Fonte:Psicologia.com.pt

sábado, 5 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Terapia com cães ajudando crianças com lesões neurológicas em Jundiaí

Terapia com boto ajuda crianças com necessidades especiais em Manaus


Liège Albuquerque

São Paulo - A delicadeza das crianças ao entrar na água é logo quebrada pela algazarra dos brincalhões botos cor-de-rosa ou vermelho (Inia geoffrensis). O primeiro contato é de espanto, algumas crianças choram e riem ao mesmo tempo. O relaxamento vem depois, como se aquele roçar dos corpos lisos dos botos oferecesse um toque de magia nos meninos e meninas portadores de necessidades especiais ou de doenças, como câncer. É a bototerapia, uma iniciativa inédita feita em Manaus há três anos por um fisioterapeuta que tem uma certeza: quem participa a primeira vez não quer parar mais.
A terapia com o golfinho de rio em seu hábitat natural tem o aval de um veterinário especialista em animais amazônicos, Anselmo Da”Fonseca, de uma bióloga especialista em botos, Vera da Silva, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Participa também uma médica hematologista do Instituto de Hematoterapia do Amazonas (Hemoan), Socorro Sampaio, que acompanha mensalmente à bototerapia pelo menos dez crianças em tratamento de graves problemas, como leucemia.
No atendimento gratuito, também há crianças especiais, com síndrome de Down, hidrocefalia ou má formação genética, encaminhadas por instituições de Manaus. A iniciativa foi apresentada há três anos para esses profissionais pelo fisioterapeuta Igor Simões, que passou seis meses nadando todos os fins de semana com os botos para estimular a interação deles com humanos. Conseguiu a parceria do hotel de selva Ariaú, que uma vez por mês banca a viagem de mais de uma hora até o local onde vivem os botos, além das refeições do grupo.
Autoestima
“O problema é que não temos como trazer mais do que dez crianças e só uma vez por mês”, diz Simões. Em busca de uma licença para uso terapêutico dos botos, que está em avaliação pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Simões conseguiu documento com as assinaturas da médica que trata das crianças, do veterinário e da bióloga. “Depois que começam a participar do projeto, as crianças passam a se alimentar melhor, ficam mais alegres, confiantes e com mais autoestima. Isso tudo ativa seu sistema imunológico”, afirma Socorro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hospital Irmã Dulce pretende implantar terapia com animais

De A Tribuna On-line

A ‘pet terapia’, ou terapia por animais, é um dos projetos de humanização que o Hospital Municipal Irmã Dulce pretende implantar para melhorar a evolução clínica dos pacientes. O projeto está em fase de planejamento e deverá contar a participação do Canil da Guarda Civil Municipal (GCM). A princípio, dois cães estão em análise: Satine, da raça golden retriever, e Brown, um labrador da Guarda Civil Municipal.
A fonoaudióloga Eliane Selma do Valle Blanco, coordenadora do projeto e dona de Satine, explica que a pet terapia consiste em visitas semanais monitoradas de animais a crianças e adultos internados, tanto nos leitos como em outros espaços do hospital. “A presença do animal faz com que as pessoas se sintam mais relaxadas num lugar onde, às vezes, podem se sentir ameaçadas”, destaca.
A terapia pode se desenvolver com outros animais, como gatos e coelhos, apesar do cão ser preferencial no envolvimento com humanos no ambiente hospitalar. “Eles ajudam a diminuir a resistência a tratamentos dolorosos e ao próprio ambiente, que pode parecer hostil. Isso acaba fomentando a recuperação física rápida, entre outros benefícios”, explica a fonoaudióloga, que pesquisa o assunto e procura conhecer experiências de hospitais que promovem o serviço.
Em seu estudo, a técnica encontrou resultados positivos na recuperação não apenas de crianças, mas também de adultos. “Para pacientes psiquiátricos, o animal acaba atuando como um elo entre ele e o mundo”, menciona. “Temos conhecimento de trabalhos com idosos, pacientes com senilidade ou mesmo Alzheimer. Ver aquele animal acaba evocando memórias afetivas, fatos da vida, o que favorece a comunicação”.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Homenagem aos nossos amigos de quatro patas

APENAS UM CÃO


De vez em quando escuto alguém me dizer: - Pára com isso! É apenas um cão!!!
Ou então...- Mas é muito dinheiro pra se gastar com ele! É apenas um cão.
Estas pessoas não sabem do caminho percorrido, do tempo gasto ou dos custos que significam "apenas um cão".
Muitos dos meus melhores momentos me foram trazidos por " apenas um cão".
Por muitas horas em minha vida, minha única companhia era "apenas um cão". E eu não me senti desprezado.
Muitas de minhas tristezas foram amenizadas por "apenas um cão".
E naqueles dias sombrios, o toque gentil de "apenas um cão" me deu conforto e motivo para seguir em frente.
E se você também é daqueles que pensam que ele é "apenas um cão", com certeza deve entender bem expressões como "apenas um amigo", "apenas um nascer de sol", apenas uma promessa"...
"Apenas um cão" deu a minha vida a verdadeira essência da amizade, da confiança, da pura e irrestrita felicidade.
"Apenas um cão" faz aflorar a compaixão e a paciência que fazem de mim uma pessoa melhor.
Por causa de "apenas um cão", eu me levanto cedo, faço caminhadas e olho com mais amor para o futuro.
Porque pra mim... e pras pessoas como eu... não se trata de "apenas um cão", mas da incorporação de todos os sonhos e esperanças do futuro; das lembranças afetuosas do passado; da pura felicidade do momento presente.
"Apenas um cão" faz brotar o que há de bom em mim e dissolve meus pensamentos e as preocupações do meu dia.
Eu espero que, algum dia, as pessoas entendam que não é "apenas um cão", mas aquilo que me torna mais humano e me permite não ser "apenas um homem"...
Então, da próxima vez em que você escutar a frase "É apenas um cão", apenas sorria para estas pessoas porque elas apenas não entendem...


Texto: Sandra Dee - (tradução: Cris Sousa)