quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O momento de procurar o atendimento do médico veterinário


O animal está para o veterinário assim como uma criança pequena para o pediatra. Ele não fala, não consegue dizer o que está sentido, porém ele expressa seu mal estar de várias formas. No entanto, na vida selvagem, um animal doente é uma presa fácil de ser abatida, o que faz com que, por instinto, independente da espécie, ele tente esconder ao máximo que não está bem.

Quando um animal começa a dar sinais de que algo está errado, geralmente o problema pode estar muito avançado e muitos sinais podem ser percebidos pelo responsável mais cuidadoso, mas nem todos conseguem notar. O  animal costuma procurar aquela pessoa em quem ele mais confia para expressar de alguma forma seu mal estar, mas na maioria das vezes, ele tende a ficar quieto, procura se esconder, reflexo instintivo da vida selvagem, em que somente os mais fortes sobrevivem.

Porém as mudanças de comportamento são evidentes, basta um olhar mais cuidadoso. O animal deixa de fazer festinha com a chegada do dono, fica muito tempo deitado, urina em locais inapropriados ou com mais freqüência, em maior ou menor quantidade, deixa de comer, come menos ou passa a ser mais seletivo com o alimento, “chora” ou rosna ao ser tocado, anda com mais dificuldade, fica arqueado, de alguma forma ele apresenta sinais de alteração comportamental que nos fazem suspeitar que algo não vai bem. Esta é, sem dúvida,  a hora de procurar o veterinário, munido do maior número de informações possível.

Entretanto, muitas vezes, não é isso que acontece. Neste momento o proprietário começa a recorrer a fórmulas caseiras e medicamentosas que conhece. Em um segundo momento solicita auxílio dos amigos, outros donos de animais, balconistas de pet shops, sites de buscas e, ainda pior, fóruns e sites de perguntas e respostas. Além de não ser capaz de perceber alterações que só o clínico pode avaliar, este proprietário está perdendo tempo, e o problema avançando, porque, como disse no início do texto, o animal não reclama de um mal estar, uma dor de cabeça, ouvido, coluna, cólica, como nós fazemos. Situações que geralmente nos fazem procurar o médico eles tiram de letra, até mesmo por um limiar de dor mais alto, eles não se abatem tão facilmente.
Portanto, quando estão realmente demonstrando incômodo é porque o problema é mais sério do que supomos.

E aí está o problema que nós, clínicos veterinários, nos deparamos na clínica, e principalmente nas emergências, do dia-a-dia. Quando o animal chega em estado de emergência, após o pronto atendimento, quando vamos fazer a anamnese, ou seja, as perguntas para investigar o problema, percebemos quanto tempo e dinheiro o proprietário perdeu e se lamenta dizendo ter feito tudo o que estava ao seu alcance. Tudo menos o principal. Isso quando o proprietário, ciente de que pode ter prejudicado seu animal, ainda não esconde informações importantes, o que pode piorar ainda mais o quadro. O médico veterinário, apesar de perceber algumas intervenções do proprietário, não pode adivinhar, ele precisa da colaboração do mesmo para fechar o diagnóstico e intervir de forma eficaz o quanto antes.

Não é incomum ouvir em rodas de amigos, geralmente pessoas que não sabem que sou médica veterinária, ou mesmo sabendo, alguém dizer: “Eu faço tudo o que está ao meu alcance, sou experiente, só procuro o veterinário em último caso”. Não me espanto ao ouvir logo em seguida, da mesma pessoa, que algum veterinário não conseguiu salvar seu animal.

Um exemplo clássico de engano do proprietário quanto ao “diagnóstico” do seu animal é aquele que se queixa de que seu gato está com dificuldade de defecar há dias e logo na primeira avaliação o veterinário percebe a bexiga repleta. Isso ocorre porque gatos com obstrução urinária se colocam em uma posição que parece, ao proprietário inexperiente, que este animal está tentando defecar devido a localização (perineal) do pênis do gato próxima ao ânus e,, mesmo que ele não esteja defecando isto se deve ao fato de sentir dor pela bexiga repleta. O tempo que o proprietário perde esperando o gato defecar sozinho, realizando mudanças na alimentação e fórmulas para promover a evacuação, muitas vezes custa a vida deste animal, que chega às mãos do clínico veterinário em estado grave em que salvar sua vida ou não pode ser questão de segundos.

Assim como acontece na clínica de pequenos, com cães e gatos, acontece com animais silvestres.  Quem cria um animal deve saber como fazê-lo, o ambiente necessário, o espaço que precisa, qual a alimentação correta. Sem dúvida alguma, o maior número de casos de procura a atendimento de silvestres é por erros de manejo, erros geralmente graves, em que qualquer intervenção não é mais possível.

Portanto, antes que o pior aconteça e que você precise procurar, e até mesmo conhecer, um veterinário no momento de desespero, o melhor e mais inteligente a fazer, assim que você adquirir um animalzinho, é levar para uma consulta de rotina, pedir orientação de como ele deve ser criado, alimentado, quais as peculiaridades da raça, da espécie. Procure ter um veterinário de sua confiança, assim como os telefones e endereços de clínicas 24 horas mais próximas de você.

Então é isso, procure se informar, ler, mas nunca menospreze qualquer sinal que demonstre que seu animalzinho precisa de ajuda.



Dra. Luciana Petine é médica veterinária e voluntária do Projeto Pêlo Próximo

Terapia assistida por cães no hospital: risco ou benefício


Estão abertas as inscrições para o encontro Conversando com o Especialista – “Terapia assistida por cães no hospital: risco ou benefício”, promovido pelo Departamento Psicologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP.
As vagas são limitadas. Mais informações pelo site www.socesp.org.br ou pelo telefone (11) 3179-0049/68.

A viagem de Maria: vídeo sobre Autismo

A viagem de Maria é um vídeo no qual um pai narra as diferenças da sua filha Maria e seus super poderes como pai, super poderes que nós também temos. Assista o vídeo.

Fonte: Reabilitação Cognitiva

Livros e brinquedos educativos influenciam o cortéx cerebral de crianças.


Livros e brinquedos educativos podem fazer uma criança mais inteligente, e também influenciar a forma como o cérebro cresce, de acordo com nova pesquisa apresentada na reunião anual da Sociedade para a Neurociência. As descobertas apontam para um “período sensível” no início da vida durante a qual o cérebro em desenvolvimento é fortemente influenciada por fatores ambientais.
Estudos comparando gêmeos idênticos e não idênticos mostram que os genes desempenham um papel importante no desenvolvimento do córtex cerebral, a estrutura fina e dobrada que suporta funções mentais superiores. Mas pouco se sabe sobre como as experiências iniciais de vida influenciam o modo como o córtex cresce.
Para investigar, neurocientista Martha Farah, da Universidade da Pensilvânia, e seus colegas recrutaram 64 crianças de baixa renda e os acompanharam desde o nascimento até ao final da adolescência. Eles visitaram as casas das crianças de 4 e 8 anos de idade para avaliar o seu ambiente, observando fatores como o número de livros e brinquedos educativos em suas casas, e quanto apoio que recebiam de seus pais.
Mais de 10 anos depois da segunda visita à casa das crianças, os pesquisadores utilizaram ressonância magnética para obter imagens detalhadas dos cérebros dos participantes. Eles descobriram que o nível de estimulação mental uma criança recebe em casa com a idade de 4 anos determinava a diminuição da espessura de duas regiões do córtex na adolescência tardia. Uma região, o giro lateral inferior temporal, está envolvido em complexas habilidades visuais, como reconhecimento de palavras e mostrou alteração na pesquisa.
A pesquisa mostrou que o ambiente de casa aos 8 anos tem um menor impacto sobre o desenvolvimento dessas regiões cerebrais, enquanto outros fatores, tais como a inteligência da mãe e o grau e da qualidade do cuidado, não teve efeito.
Os trabalhos anteriores mostraram que as experiências adversas, como a negligência infantil, abusos e pobreza podem impedir o crescimento do cérebro. As novas descobertas destacam a sensibilidade do cérebro em crescimento a fatores ambientais, Farah diz, e fornecem fortes evidências de que as variações sutis na experiência de vida precoce pode afetar o cérebro ao longo da vida.
À medida que o cérebro se desenvolve produz mais sinapses, ou conexões neuronais, que são necessárias, explica. Ligações cerebrais usadas são depois eliminadas, e este processo de eliminação, a “poda sináptica”, é altamente dependente da experiência. Os resultados sugerem que a estimulação mental no início da vida aumenta o grau em que ocorre a poda sináptica no lobo temporal lateral. A poda  reduz o volume de tecido do córtex. Isto faz o córtex mais fino, mas também torna o processamento da informação mais eficiente.
“Como em todos os estudos observacionais, não podemos realmente falar sobre a causalidade, mas parece provável que a estimulação cognitiva experimentada no início da vida levaram a alterações na espessura cortical.”
Ela acrescenta, no entanto, que a pesquisa ainda está em fase inicial e que mais trabalho é necessário para obter uma melhor compreensão de como exatamente a vida inicial e as experiências têm impacto na função cerebral.
Os resultados adicionam ao crescente corpo de evidências de que a vida primitiva é um período de “extrema vulnerabilidade”, diz o psiquiatra Jay Giedd, chefe da unidade de imagem cerebral no Ramo Psiquiatria Infantil do Instituto Nacional de Saúde Mental, em Bethesda, Maryland. Os pais podem ajudar as crianças a desenvolver suas habilidades cognitivas, proporcionando um ambiente estimulante.
Fonte: wired.com

O exercício pode diminuir a progressão dos sintomas de Alzheimer


Por Ana Leite
A doença de Alzheimer é a causa mais comum de Demência. Os sintomas podem incluir perda de memória, alterações de humor e problemas de comunicação e raciocínio.
Não há cura para a doença de Alzheimer e, embora existam alguns tratamentos disponíveis que podem reduzir os sintomas em algumas pessoas, elas não podem parar a progressão da doença.
Cada vez mais, há evidências de que a atividade física e mentalpode reduzir as chances das pessoas de desenvolver a doença ou pode retardar a progressão, mas até agora não estava claro como isso acontece.
A equipe da Universidade de Nottingham, liderada pelo Dr. Pardon, descobriu que o hormônio CRF –  ou fator liberador de corticotrofina - pode ter um efeito protetor sobre o cérebro, especialmente, sobre as alterações de memória provocada pela doença de Alzheimer.
O CRF é encontrada em níveis elevados em pessoas que vivem em algumas formas de doenças de ansiedade e depressão. Os níveis normais de CRF, no entanto, são benéficos para o cérebro, mantendo as faculdades mentais preservadas e ajudando a sobrevivência de células nervosas.
Os investigadores usaram uma droga experimental para impedir o hormônio de se ligar a um receptor do cérebro chamado CRFR1 em ratos com doença de Alzheimer, que estavam livres das deficiências de memória. Eles descobriram que os ratos tiveram uma resposta de estresse anormal com redução da ansiedade, mas aumentou a inibição comportamental quando confrontado por uma situação estressante – neste caso, sendo colocado em um novo ambiente – e isso é foi devido ao funcionamento anormal do CRFR1. Esta resposta de estresse anormal antes do início dos sintomas pode explicar porque as pessoas suscetíveis ao estresse são mais em risco de desenvolver Alzheimer.
Dr. Pardon e sua equipe também descobriram que a interrupção do hormônio de ligação com o receptor CRFR1 bloqueou a melhoria da memória normalmente promovido pelo exercício. No entanto, em ratinhos com doença de Alzheimer com um regime de exercício moderado repetido teve restaurado o funcionamento normal do sistema de CRF permitindo os seus efeitos e a melhoria da memória. Os resultados estão de acordo com a idéia de que o exercício regular é um meio de melhorar a habilidade para lidar com o estresse diário, além de manter as capacidades mentais aguçadas.
Finalmente, o estudo mostrou que a comutação deste receptor em particular do cérebro durante o exercício aumentou a densidade de sinapses, que faz a ligação entre as células nervosas, a perda do qual se pensa ser responsável pela perda de memória inicial observada em doentes de Alzheimer.
Dr. Pardon disse: “Esta é a primeira vez que os pesquisadores foram capazes de identificar um processo no cérebro diretamente ligado aos efeitos benéficos do exercício, retardando a progressão dos primeiros declínios de memória da doença de Alzheimer.
“No geral, esta pesquisa fornece mais provas de que um estilo de vida saudável, que envolve o exercício, diminui o risco de doença de Alzheimer ”

Fonte: Reabilitação Cognitiva

Estudo releva que cães têm empatia pelas emoções de seus donos

Texto: Samia Malas / Foto: Arquivo Pessoal

Segundo um estudo publicado pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, em Portugal cientistas descobriram que os animais podem adquirir as emoções de seus donos, ficar chateados e até pedir ajuda em caso de emergência. A explicação para tal fato está em seus ancestrais, os lobos, caninos sociais que sentem empatia com outros lobos. Com a domesticação, os cachorros teriam sincronizado suas emoções às humanas. Mas um experimento em que os donos dos animais fingiram um acidente ou um ataque cardíaco, os cães ficaram confusos e não prestaram socorro. Para as pesquisadoras, isso acontece porque o cão tem que sentir outros sinais, como cheiro e sons. Outro estudo mostrou que cachorros usados em terapias são afetados emocional e fisicamente por seu "trabalho", se beneficiando de massagens e outras práticas calmantes.

Fonte: Revista Meu Pet

Por Que Utilizar Cavalos Na Terapia?

Existem tantas clínicas de fisioterapia, profissionais altamente especializados, métodos e tecnologia moderna, equipamentos de última geração. Por que o cavalo? - Um animal que já existe na terra há aproximadamente vinte milhões de anos? Por vários motivos:

Motivos Históricos: 
já faz parte do inconsciente coletivo da humanidade este ser atávico que vem acompanhando o homem em toda a sua evolução. Esse ser que tem carregado o homem sobre o seu dorso na formação histórica de quase todos os países. A sensação de força e poder estão indissoluvelmente, ligadas ao cavalo. Ao longo dos milênios, foi montado no cavalo, que o homem conquistou e dominou seus adversários.

Motivos Psicológicos: a familiaridade com o cavalo, desperta no praticante de Equoterapia uma relação de amizade e afeto pelo animal, em que aliados irão trilhar um caminho de descobertas e novas conquistas. O ambiente natural favorece o encontro consigo mesmo, podendo-se trabalhar o alívio de stress, autoconfiança, socialização, afetividade e segurança, em que o praticante aprende a dominar as rédeas da própria vida.

Motivos Físicos: o principal motivo da utilização do cavalo na habilitação motora provém do movimento ritmado, repetitivo e simétrico que o passo do cavalo transmite ao praticante.  Ao passo, o cavalo realiza um balanço tridimensional, ou seja, frente e trás, um lado e outro e para cima e para baixo – movimento que se assemelha ao passo humano. Esses estímulos são transmitidos repetidamente para o Sistema Nervoso Central, desencadeando respostas positivas como ganho de equilíbrio corporal, adequação do tônus muscular e estimulação do desenvolvimento motor, para se chegar à marcha e/ou maior independência funcional.

O cavalo possui três andaduras naturais, instintivas, que são: passo, trote e galope. O trote e o galope são andaduras saltadas. Isso quer dizer que entre um lance e outro, seja de trote ou de galope, o cavalo executa um salto, existe um tempo de suspensão, em que ele não toca com seus membros no solo. Em consequência, seu esforço é maior, seus movimentos mais rápidos e mais bruscos e quando ele retorna ao solo, exige do cavaleiro, mais força para se segurar e um maior desenvolvimento ginástico para poder acompanhar os movimentos do animal. Por isso, essas andaduras só podem ser usadas nas terapias com equinos, com praticantes em estágio mais avançado. (WICKERT, 2008)

O passo por suas características é a andadura básico da equitação e é com essa andadura que executamos a grande maioria dos trabalhos de terapia. (FREIRE, 1999)

É uma andadura rolada ou marchada. Isso quer dizer que sempre existe um ou mais membros em contato com o solo (não possui tempo de suspensão).

É uma andadura ritmada, cadenciada a quatro tempos. Isso quer dizer que ela se produz sempre no mesmo ritmo e na mesma cadência, e que entre o elevar e o pousar de um mesmo membro ouvem-se quatro batidas distintas, nítidas e compassadas, que correspondem ao pousar dos membros do animal.

É uma andadura simétrica. Isso quer dizer que todos os movimentos produzidos de um lado do animal, se reproduzem de forma igual e simétrica do outro lado, em relação ao seu eixo longitudinal.

É a andadura mais lenta, em consequência, as reações que ela produz são mais lentas, mais fracas, resultando em menores reações sobre o cavaleiro, e mais duradouras, permitindo uma melhor observação e análise por parte da equipe que acompanha o praticante.

Finalmente, o cavalo permite diversas formas de estimulação ao participante, propiciando desenvolver atividades motoras, psicomotoras, cognitivas e afetivas e, assim, obter uma eficaz reintegração do praticante à sociedade.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO 

Um cão muito especial

Um pequeno cão paraplégico chamado Wheely Willy está aquecendo corações no Japão. Pelo menos um homem em uma cadeira de rodas foi às lágrimas quando Willy visitou idosos em um hospital de Tóquio. Outrossorriram e disseram que o pequeno cão é uma inspiração.
É a primeira viagem do pequeno cão para fora dos Estados Unidos, Willy é um Chihuahua resgatado de uma auto-estrada na Califórnia há 15 anos.
Quando os transeuntes o encontraram, a medula espinhal Willy estava tão danificada que ele perdeu o uso das patas traseiras. Sua garganta também foi ferida, deixando-o incapaz de latir.
Uma Ex dona de pet shop, Deborah Turner, levou o caozinho e lhe deu sua primeira cadeirinha de rodas, para que pudesse caminhar com as perninhas da frente, e começou a levá-lo em visitas a escolas e hospitais. Ela diz que ele trouxe alegria para muitas vidas.

AP - Associated Press

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A Terapia Ocupacional e o Terapeuta Canino


por Melina Nucci de Oliveira


O Terapeuta Ocupacional é um profissional que não tem limites em suas estratégias de tratamento. É por isso que faz parte da nossa entrevista com o paciente pesquisar seus gostos, seus interesses, seus hobbies e tudo o que lhe agrada. Quando estamos na escola e apresentamos dificuldades em matemática, por exemplo, não temos nem vontade de chegar perto dos exercícios, pois não temos interesse em fazer o que consideramos difícil. Em contrapartida, se gostamos de português, apresentamos um bom desempenho nas aulas, temos interesse no que há para aprender e conseguimos boas notas nas provas.

Nossos interesses tem influência direta no nosso desempenho, e o bom da Terapia Ocupacional é que, geralmente, podemos incluir os interesses dos pacientes em suas atividades direcionadas, tornando o momento prazeroso e obtendo melhores resultados, uma vez que estaremos trabalhando justamente algo em que ele apresente dificuldade.

E o que o cachorro tem a ver com isso?
Não são poucos os pacientes que possuem cachorros, ou que gostam deles. Assim, o Terapeuta Ocupacional pode utilizá-lo como recurso terapêutico para trabalhar demandas físicas, cognitivas, psíquicas, sociais, sensoriais, e assim por diante. É preciso sempre adaptar a atividade para que esta se torne terapêutica e significativa para o tratamento do paciente.

Assim, como grande amante de cachorros, comecei a pesquisar a respeito de seu papel terapêutico quando estava no terceiro ano da faculdade e descobri várias informações interessantes:

- Pessoas que convivem com cães têm a pressão arterial mais regular e níveis melhores de colesterol e triglicérides que as demais pessoas;

- A presença de cães diminui a incidência de depressão em idosos por aumentar a produção de endorfina, e aumenta a sobrevida de vítimas do infarto do miocárdio;

- A convivência de crianças com cães diminui a incidência de asma e rinite alérgica;

- Pessoas autistas conseguem desenvolver sua interatividade com a ajuda dos cães;

- Entre muitos outros benefícios.

Os cães terapeutas devem ser devidamente adestrados e limpos para participar dos tratamentos. Os resultados da introdução do co-terapeuta canino costumam ser muito positivos, e podemos explorá-los de diversas formas para desenvolver habilidades em nossos pacientes:

- Habilidades físicas: coordenação motora, função bimanual, amplitude de movimento, força muscular, treino de marcha ortostática e outros componentes de desempenho motores podem ser estimulados com atividades como pentear o pelo do cachorro, prender laços, jogar a bola ou o brinquedo para que ele busque, levá-lo passear, carregá-lo, alimentá-lo, entre outras;
-Habilidades cognitivas: atenção, memória, orientação temporal, orientação espacial, organização e associações podem ser trabalhadas com os cuidados do cão, estabelecimento de horários para sua alimentação e passeio, comparação de tamanhos, cores e partes do corpo de cães diferentes, estabelecimento de limites de espaço para sua circulação na residência, pesquisa sobre as características das raças, e assim por diante;

- Habilidades psíquicas: auto-estima, motivação e carência afetiva, por exemplo, podem ser estimuladas pela presença e aceitação por parte do cachorro;

- Habilidades sensoriais: sensibilidade tátil, percepção visual e audição podem ser explorados nas sensações entre os diferentes tipos de pelos, cores e latidos;

- Habilidades sociais: interação com o meio ambiente, responsabilidade e cuidado com o próximo são também desempenhos adquiridos ao conviver com um cachorro, além de aproximar pessoas que também partilham desta mesma paixão!

Assim, o Terapeuta Ocupacional pode explorar sua criatividade na prescrição de atividades, dependendo do que precisa ser estimulado. O importante é auxiliar nossos pacientes a atingir a sua máxima capacidade!

Inscrições abertas para cães terapeutas


Animais especiais também podem participar da seleção

Estão abertas as inscrições para a seleção anual de cães terapeutas. A iniciativa do projeto “Pêlo próximo — Solidariedade em quatro patas” tem o objetivo de promover avanços no quadro clínico de pacientes de Alzheimer e portadores de necessidades especiais, além de crianças e adultos com depressão, por meio do contato com cães. O trabalho filantrópico é realizado em várias instituições do Rio.

Para inscrever seu mascote, é necessário que o cão tenha acima de um ano, seja castrado, não apresentar agressividade, ser sociável com outros animais, gostar de ser acariciado e precisa estar com a carteira de vacinação em dia. Os candidatos passarão por testes de avaliação com simulações de visitas, testes de barulho, medo e convivência, todos coordenados pela adestradora do projeto. Na segunda etapa da seleção, os aprovados terão a saúde avaliada: farão exames de sangue, fezes e urina, que garantirão a aptidão do animal à chamada pet terapia.

As inscrições ficam abertas até o próximo dia 20 de fevereiro e a seleção está marcada para o dia 24. Informações podem ser feitas pelo e-mail peloproximo@gmail.com.

Dormir demais pode ser sinal Alzheimer


Possíveis vínculos entre sono e doenças como mal de Alzheimer foram apontados por diferentes estudos recentemente. Em um deles, 5 mil participantes com mais 65 anos realizaram testes de habilidade mental. Entre aqueles que tinham o hábito de tirar longos cochilos durante o dia, metade teve pontuações baixas.
De acordo com o pesquisador Claudine Berr, do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde e Medicina da França, “estes resultados sugerem que sonolência excessiva durante o dia pode ser um indicador precoce de declínio cognitivo”.
Em outro estudo, foram avaliadas 15 mil enfermeiras aposentadas com mais de 70 anos. Aquelas que dormiam durante mais de nove ou menos de cinco horas por dia apresentavam alterações químicas no cérebro que indicavam mal de Alzheimer precoce. Os autores do estudo não confirmaram se as rotinas de sono extremas eram a causa das alterações ou apenas um indicativo da doença.
A pesquisadora Marie Janson, do grupo Alzheimer’s Research do Reino Unido, por sua vez, faz um alerta: “Já existem evidências vinculando duração do sono com distúrbios do sistema cardiovascular diabetes”. Para ela, não é surpresa ver estudos que avaliam como o sono pode afetar capacidades cognitivas com o passar do tempo. [The Telegraph UK]

Você é agressivo? Seu cachorro também será


Uma pesquisa da Universidade da Pensilvânia mostrou que, se você treina seu cachorro usando métodos agressivos, falando alto e batendo no animal, o cão tende a adotar seu comportamento.
O estudo também comparou formas de treinamento. Os animais de pessoas que usam o sistema da recompensa (dando petiscos ou carinho quando o cão obedece) desenvolvem um comportamento bem menos arisco do que os outros.
Os fatos foram descobertos por meio de um questionário. Clientes da clínica veterinária da faculdade contaram seus métodos de treinamento e explicaram seu comportamento com seu cachorro. Foi perguntado se as pessoas já haviam sido violentas com os animais, falando alto, batendo, intimidando.
Foram 140 questionários respondidos. Os comportamentos mais comuns e violentos contra o cachorro são (lembrando que uma pessoa pode marcar mais de uma opção):
  • Bater no cão por ele ter se comportado da forma errada (43% do total)
  • Rosnar para o cachorro (41%)
  • Tirar algo da boca do cachorro a força (39%)
  • Encarar o cachorro (39%)
  • Sacudir o cão (26%)
Em 25% dos cães dos donos que marcaram pelo menos um item acima foi detectado comportamento agressivo.
Muitos donos procuram treinamento especializado para que seus cães sejam mais facilmente controlados. No entanto, de acordo com a pesquisa, depois que um cão se “acostuma” a ser tratado de forma violenta e adquire o comportamento, é difícil que ele perca o hábito.
O objetivo dos estudos é determinar a melhor maneira de treinar um cão, sem prejudicar o animal. [Science Daily]

Por que cortar o rabo de seu cachorro é uma péssima idéia


Existem várias maneiras dos seres humanos compreenderem as intenções e sentimentos dos cães: através de seu latido, da maneira como inclinam a cabeça, do movimento de suas patas dianteiras, e, é claro, da abanação frenética de sua cauda.
A maioria dos proprietários de cães sabe ler seus companheiros caninos muito bem, graças a esses sinais. Não é nenhuma surpresa, portanto, que a prática de cortar a cauda de cães (caudotomia) tenha um efeito profundo sobre sua capacidade de se comunicar – e não só conosco, mas também (e principalmente) com outros cães.
Um estudo recente publicado na revista PLOS notou que a falta de uma cauda longa pode afetar seriamente a vida social de um cão.
Segundo a autora Emily Anthes, esse procedimento bárbaro de cortar vários centímetros da cauda de um cachorro, muitas vezes sem anestesia, pode também dificultar a sua capacidade de transmitir suas intenções para outros cães.
Anthes reviu uma pesquisa conduzida por biólogos da Universidade de Victoria, do Canadá, em que os cientistas procuraram por anomalias comportamentais potenciais causadas pelo comprimento da cauda de um cão.
Os pesquisadores usaram um cão robótico caracterizando ou uma cauda longa ou curta, e o expuseram a 492 cães em um parque.
Além do comprimento da cauda variável, o cão robótico foi feito para abanar a cauda ou mantê-la parada. Assim, há quatro diferentes condições em que o cão robótico foi apresentado a seus “colegas”: cauda curta parada, cauda curta abanando, cauda longa parada e cauda longa abanando.
Os pesquisadores documentaram e estudaram as várias maneiras que os cães sem coleira interagiram com o cão robô.
A primeira coisa que eles notaram foi que os cães menores quase sempre se aproximavam com cautela do cão robô. Já entre cães de tamanhos iguais ou maiores, diversos comportamentos interessantes surgiram.
Estes cães eram mais propensos a se aproximar do modelo robótico quando ele tinha uma cauda longa em movimento. Nesse caso, eles interagiram com o robô 91,4% do tempo.
Isso faz sentido porque a longa cauda era flexível: o movimento simulado pareceu se assemelhar ao de uma cauda balançando de um cão real. Este tipo de movimento solto é muitas vezes visto um convite para se aproximar, brincar; um sinal social de que o cão com a cauda abanando não é uma ameaça ao outro cão.
Por outro lado, um cão com a cauda perfeitamente parada não está emitindo esses óbvios sinais de “vem cá brincar”. Os cães de grande porte se aproximaram do cão robô com uma longa cauda parada com uma frequência significativamente menor: 74,4% do tempo.
Quando os pesquisadores trocaram a cauda longa pela curta, estas preferências desapareceram.
Cães grandes abordaram o robô de cauda curta abanando com quase a mesma frequência que abordaram o cão com a cauda imóvel (85,2% e 82,2% das vezes, respectivamente).
Isso sugere que os cães eram menos capazes de discriminar uma cauda que está sacudindo brincalhona de uma cauda parada quando a cauda é curta.
A conclusão do estudo é que os sinais transmitidos por diferenças em movimento são mais eficazmente transmitidos pelos cães quando sua cauda é longa.
Os cães de grande porte também foram duas vezes mais propensos a pausar enquanto se aproximavam do cão de cauda curta, talvez usando esse tempo para tentar decifrar se deviam continuar se aproximando.
Isso significa que os cães ficaram confusos sobre as intenções do cão robótico quando sua cauda era muito curta. Consequentemente, os cães que têm seus rabos cortados estão em uma situação similar – condição que provavelmente induz um estresse e incerteza significativos em suas vidas sociais.

Estética = mutilação

A caudotomia e outros procedimentos para modificar um cão por motivos estéticos, e não de saúde, não são recomendados.
Em 19 de março de 2008, o Conselho Federal de Medicina Veterinária do Brasil proibiu especialistas de realizarem cortes de orelhas para fins estéticos. A caudotomia ainda é possível, embora já seja banida em diversos países, como Áustria, Bélgica, Croácia, República Checa, Estônia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Holanda, Noruega, Polônia, Escócia, África do Sul, Suíça e outros.
Segundo Mário Marcondes, diretor do Hospital Veterinário Sena Madureira, a cauda é uma “extensão” da coluna vertebral e é uma parte bastante sensível do corpo do animal, e qualquer corte estético é uma simples mutilação.
Embora o padrão de muitas raças recomende o corte (como rottweiler, por exemplo), a caudotomia não é obrigatória. Cães com cauda íntegra podem ter pedigree e participar de exposições do mesmo jeito.
Muitos proprietários já estão optando por não fazer a caudotomia, que é o correto, segundo Marcondes, já que devemos considerar o bem-estar do animal antes da estética, além do seu direito de se expressar e se comunicar naturalmente conosco e com a sua própria espécie.[io9CaninestR7]

Fonte: Hypescience

Publicitários buscam novo símbolo para representar a terceira idade


Lucina Ratinho, de 68 anos, ri quando lembra da discussão que a neta Isabela, de 12, travou na escola, anos atrás. Era Dia da Avó e cada criança tinha de levar uma foto da sua. Isabela foi logo dizendo que a dela era a mais bonita – o que, claro, foi contestado pelos coleguinhas. “Aí, ela disse brava: ‘A minha é muito mais bonita porque ela corre! A de vocês não corre!’”
Pensando em idosos como Lucina, ultramaratonista, o diretor da agência paulistana Garage.IM, Max Petrucci, começou um movimento para dar nova cara à terceira idade brasileira. Ele e outros publicitários querem modernizar o símbolo (ou pictograma, no termo técnico) do bonequinho curvado e apoiado em uma bengala.
O primeiro passo será dado hoje: o lançamento de um abaixo-assinado na fan page do movimento, que espera ao menos 100 mil assinaturas para, após a escolha de uma proposta por votação popular, ser entregue à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), responsável pela normatização de sinalizações. Em fevereiro, lançam um site para a troca de ideias.
“A forma de retratar o idoso tem de deixar de ser de uma pessoa decadente, porque isso não é mais verdade. Sim, há perda de vitalidade, mas o idoso hoje vive mais, está mais saudável, ativo e produtivo”, diz Petrucci. “O Brasil está em processo de envelhecimento (da população) e mexer no símbolo é uma forma de conscientização sobre o tema.”
A imagem do homem curvo e de bengala começou a aparecer no País no fim da década de 1990, com o Estatuto do Idoso, e, no início dos anos 2000, com a sanção de leis de atendimento e de assento preferenciais. O meio que popularizou o símbolo foi o Metrô. “O Metrô de São Paulo fez uma pesquisa em outros sistemas de transporte e chegou à imagem da pessoa curvada com a bengala.
Como não havia essa normatização no País, a ABNT incorporou o pictograma”, explica Maria Barbosa, arquiteta e coordenadora da Comissão de Estudos de Acessibilidade na Comunicação do Comitê das Normas de Acessibilidade da ABNT. Ela conta que, em meados dos anos 2000, o Metrô atualizou o símbolo. “O boneco era visto de perfil, o que acentuava a corcunda. Depois, ele foi posto de frente, mantendo-se a bengala.” Hoje, a imagem de perfil é revista pela ABNT. Mas, apesar de já ter passado por consulta pública, ainda não há data para ser posta a crivo em plenário.
“Há uma imagem de 1600 a.C em que já aparecia um homem curvado, apoiado por um pedaço de pau”, conta Karla Giacomin, ex-presidente do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso. “A velhice mudou muito em 3,6 mil anos, mas nos últimos 50 mais ainda.”
Se depender de Lucina, o pictograma correria. “Bem que podia ser um bonequinho correndo, com um sorrisão na cara. Correr é o melhor remédio para o idoso”, receita. “Eu vou durar 120 anos!”
Confira mais algumas ideias enviadas para os publicitários abaixo.
Fonte: Estadão

Pêlo Próximo na edição de Janeiro da Revista Simplesmente

A edição de Janeiro da Revista SimplesMente já está nas bancas e traz uma matéria especial com o Projeto Pêlo Próximo sobre Cãoterapia. Vale a pena conferir.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Esquizofrenia e pobreza em foco

por Diego Benine

Um estudo conduzido pela University of Cambridge (Reino Unido) aponta que bairros urbanos com altos níveis de pobreza, densidade populacional e desigualdade possuem maior número de casos de esquizofrenia. A pesquisa utilizou estatísticas que indicavam a incidência da doença em grandes populações, e avaliou o ambiente social de 427 pessoas com idades entre 18 e 64 anos de idade. Todas elas já haviam tido um episódio de psicose entre 1996 e 2000. Os resultados sugeriram que o percentual aumenta em bairros com diferenças sociais evidentes ou onde a probreza já era associada a um aumento da incidência de esquizofrenia, e outras patologias similares. A análise também descobriu que o risco do distúrbio entre imigrantes pode depender da formação étnica da vizinhança. No caso de africanos, as taxas foram menores em bairros onde havia uma proporção maior de pessoas da mesma origem. A incidência também foi menor entre os caribenhos, que viviam integrados na comunidade que os acolheu. Esses resultados mostram que a composição sociocultural-ambiental pode aumentar ou diminuir o risco de esquizofrenia e outros distúrbios psiquiátricos.

Fonte: Viva Saúde

Como descartar medicamentos corretamente?

Devolver remédios vencidos ou suas sobras para uma farmácia de confiança é o jeito mais adequado de não pôr a saúde em risco, tampouco prejudicar o meio ambiente

Por Romulo Osthues | Fotos Danilo Tanaka | Produção Janaina Resende

Você se curou da tosse chata com um xarope, mas sobrou meio vidro daquele santo remédio. O que pensa em fazer com o resto dele? Guardar para uma próxima crise? Doar para um vizinho ou parente? Despejar no sistema de esgoto? "Não se deve descartar nenhum medicamento no lixo comum, nem no vaso sanitário, pois os mesmos são compostos de substâncias químicas que colocam em risco a saúde de crianças ou pessoas carentes que possam reutilizá-los, além da contaminação da água e do solo", explica a farmacêutica Endy Dórea. Ela conta que já trabalhou em uma grande rede de drogarias no Estado da Bahia cujos medicamentos vencidos retornavam para a central de distribuição. Esta, por sua vez, os encaminhava para uma empresa especializada em transporte e incineração desse tipo de resíduo.
Ampolas, seringas, agulhas e frascos de vidro danificados devem ser entregues à farmácia em uma sacola diferente daquela que contém restos de remédios

Responsabilidade compartilhada
Embora o exemplo citado seja uma prática consolidada entre as empresas do setor farmacêutico, ela não conta com a participação daquele que deve ser o maior interessado no assunto: o consumidor. Uma pesquisa realizada com 1009 paulistanos no ano de 2005, pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímicas Oswaldo Cruz (SP), revelou que 92,5% dos entrevistados nunca perguntaram como fazer o descarte de produtos farmacêuticos de forma correta, apesar de 63,3% deles reconhecerem o elevado risco de jogá-los fora indiscriminadamente. No entanto, essa realidade está mudando: associações e empresas da indústria e do comércio farmacêuticos, assim como instituições de coleta seletiva, com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), discutem o melhor modo de concretizar um programa integrado de logística reversa.
Enquanto isso não ocorre, iniciativas privadas promovem programas de conscientização e informação para o consumidor final, investindo em coletores específicos nos pontos de venda de medicamentos e divulgando os programas. "A responsabilidade tem de ser compartilhada ao longo da cadeia de resíduos: fabricante, distribuidor, comerciante e consumidor. Todos são responsáveis, cada qual com sua parte", ressalta Rita Emmerich, engenheira química e representante da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP).

As embalagens dos medicamentos não devem ser reaproveitadas para o armazenamento de outras substâncias de consumo devido à potencial contaminação residual

Como fazer a separação 
É necessário tratar medicamentos e objetos perfurocortantes de modo distinto dos demais resíduos em sua casa. Contudo, não se preocupe em colocar a pomada aqui, o frasco de pílulas acolá, a cartela de comprimidos em outro lugar. O importante, mesmo, é diferenciar o que pode machucar quem irá manusear seu lixo daquilo que está protegido por uma embalagem. Sendo assim, ampolas, seringas, agulhas e frascos de vidro danificados devem ser entregues à farmácia em uma sacola diferente daquela que contém os demais produtos, como restos de remédios e itens fora do prazo de validade. Se a loja não disponibilizar coletores com as devidas separações, informe a quem receber de suas mãos o que cada sacola contém. "A forma mais correta de tratamento desse material seria a incineração em máquinas preparadas para esse fim, ou seja, com todos os aparatos para não poluir o meio ambiente", explica Rita.

E as embalagens? 
Nada de usar potinhos de remédios para guardar moedas, temperos... "As embalagens dos medicamentos não devem ser reaproveitadas para o armazenamento de outras substâncias de consumo devido à potencial contaminação residual. As embalagens secundárias (como caixas de papelão, por exemplo) podem ser recicladas", alerta Dórea. Mas a reciclagem fica a cargo das empresas gestoras de resíduos. Na dúvida, leve tudo junto para a farmácia, sem fazer distinção entre o que é reciclável ou não. Especialistas farão isso por você.
FONTES: GTT DE MEDICAMENTOS DA ANVISA; RITA EMMERICH, ENGENHEIRA QUÍMICA E REPRESENTANTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA PÚBLICA (ABLP); SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS (SINDUSFARMA); FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS E BIOQUÍMICAS OSWALDO CRUZ (SÃO PAULO); ENDY DÓREA, FARMACÊUTICA.

Remediando o problema 
Acompanhe o exemplo do Sigre (Sistema Integrado de Gerenciamento de Lixo), um programa de logística de descarte de produtos farmacêuticos feito pelo Governo Espanhol, que serve de modelo para todo o mundo desde 2002 e tem adesão de 100% das farmácias do país

INDÚSTRIA
Esforço para desenvolver e utilizar embalagens de medicamentos que sejam cada vez mais ecológicas e seguras, facilitando a posterior reciclagem
SÍMBOLO
Estampado nas embalagens, esse símbolo assegura ao consumidor que, se o medicamento inútil for devolvido, ele será eliminado de maneira correta
FARMÁCIAS
Dispõem de coletores de restos de medicamentos ou produtos fora da validade, localizados em zonas estratégicas nas lojas e próximos a folders informativos
MÉDICOS
Fundamentais na orientação de seus pacientes sobre o descarte adequado dos resíduos ao fim de todo e qualquer tratamento
CIDADÃOS
Responsáveis pela checagem periódica da validade dos remédios armazenados em casa. Quando eles estão vencidos, os cidadãos os levam para os pontos de coleta distribuídos em mais de 20 mil locais
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Zela pelo funcionamento de todo o processo, supervisionando a cadeia, e colabora com a educação da população a respeito do tema
DISTRIBUIÇÃO REVERSA 
Empresas especializadas seguem a cadeia de recuperação de resíduos, transportando-os das farmácias até as áreas de seleção, reciclagem (papel, vidro, plástico etc.) e incineração de materiais tóxicos e/ ou contaminantes (é possível gerar energia elétrica com isso)
FONTE: VÍDEO INSTITUCIONAL DO SIGRE. WWW.SIGRE.ES

OS BONS EXEMPLOS EM ESTRATÉGIAS DE DESCARTE DE MEDICAMENTOS
Conheça algumas iniciativas que têm gerado ótimos resultados para o descarte adequado de resíduos farmacêuticos

PROGRAMA PAPA-PÍLULA (SESI-SANTA CATARINA) 
O programa visa ao treinamento interno das equipes para sensibilização de seus trabalhadores e da comunidade em geral com realização de palestras e outras ações. Mais de 56 mil medicamentos foram recolhidos no primeiro semestre deste ano na região de atuação. www.papapilula.com.br

PROGRAMA DESCARTE CORRETO DE MEDICAMENTOS (EUROFARMA-SÃO PAULO)
Acontece desde 2010 na capital paulista e nas cidades de Araraquara e Piracicaba. As farmácias dispõem de urnas coletoras que diferenciam medicamentos e embalagens dos demais itens perfurocortantes. A coleta é feita pelo serviço de saúde da empresa de limpeza pública e o lixo é destinado aos gestores de resíduos. Em dois anos de programa, houve um crescimento de 595% na entrega voluntária de medicamentos sem uso nas farmácias da rede. www.eurofarma.com.br

PROGRAMA SUSTENTABILIDADE É SAÚDE (REDE DROGAMAIS-PARANÁ) 
Desde seu início, em março de 2011, foram arrecadadas mais de três toneladas de medicamentos na região norte do Paraná devido ao programa criado pela Drogamais. São espalhados cartazes com orientações de como fazer a separação do material, bem como há coletoras nas farmácias para armazenar os produtos. Periodicamente, seus clientes são informados sobre as quantidades de medicamentos coletados.www.rededrogamais.com.br

PROGRAMA AQUI TEM DESCARTE CORRETO (REDE FARMES-ESPÍRITO SANTO E LABORATÓRIOS EMS) 
A indústria de medicamentos genéricos EMS disponibiliza para as farmácias da rede Farmes coletores de resíduos, além de material informativo sobre como proceder. Os coletores apresentam até compartimento para descarte de pilhas e baterias, extrapolando a área de atuação e interesse da empresa.www.redefarmes.com.br


Fonte: Viva Saúde

Cães e gatos como aliados em momentos de dor


A tragédia de Santa Maria, que vitimou pelo menos 233 pessoas, deixou famílias destruídas e que precisarão de apoio psicoterápico intenso daqui pra frente, na busca de aliviar o sofrimento. Muitas vezes, em situações como esta, o uso da Terapia Assistida por Animais (TAA), também chamada de pet terapia, pode ser um ótimo auxílio, num momento em que o conforto da alma parece algo inalcançável.
Cães e gatos podem ser utilizados neste tipo de terapia. Os resultados de diferentes estudos demonstraram que a TAA pode promover a saúde física através de três mecanismos básicos: diminuição da solidão e da depressão, redução da ansiedade, os efeitos do sistema nervoso simpático e aumentando o estímulo para prática de exercícios. Além disso, a TAA pode ser aplicada em áreas relacionadas ao desenvolvimento psicomotor e sensorial, no tratamento de distúrbios físicos, mentais e emocionais, em programas destinados a melhorar a capacidade de socialização, na recuperação da auto-estima e como suporte social.
Para que a TAA seja eficaz, é fundamental o trabalho de uma equipe multidisciplinar capaz de estabelecer o plano terapêutico, o método mais adequado a ser aplicado, acompanhando as atividades e o bem estar dos animais e dos pacientes.
No caso dos cães, eles ajudam pessoas com níveis de depressão moderada e severa. A partir do momento que um paciente estabelece um vínculo afetivo com um cachorro, aos poucos sua auto-confiança e tranqüilidade aumentam e, consequentemente, abrem-se novas portas para a comunicação com as pessoas próximas e, principalmente, com pessoas desconhecidas. Ao contar com um cãozinho, uma pessoa deprimida ou em estresse pós-traumático encontra um caminho aberto para a socialização, diminuindo a solidão e uma maneira de suportar a tristeza.
Alguns estudos têm demonstrado que acariciar ou falar com o gato, ajuda a reduzir a pressão arterial e o estresse. Pessoas com depressão também apresentam bons resultados com a gato terapia. Crianças autistas, esquizofrênicos e indivíduos com problemas de comunicação podem se beneficiar da terapia com gatos, uma vez que esses animais tendem a respeitar os limites de interação apresentados por tais pacientes. Os resultados são surpreendentes com melhora de quadros depressivos e ansiosos, assim como do estado físico em geral. Animais deficientes também são utilizados como auxiliares no tratamento de pessoas com deficiências físicas ou paraplegias, contribuindo para a aceitação da condição (quando irreversível) e bem estar dos pacientes.
É importante saber que, se você tem um cão, seu melhor amigo também pode fazer um trabalho solidário ajudando doentes e pessoas especiais. Os primeiros critérios para animais co-terapeutas são a sociabilidade, a estabilidade de comportamento e a atenção e compreensão das regras e solicitações de seu tutor. Eles precisam ser tolerantes com estranhos e gostarem de afagos. Outro requisito indispensável é ele estar com a saúde em ordem: ter a carteira de vacinação em dia e fazer uma série de exames para comprovar que está apto.
Fonte: Zero Hora


Cães e crianças – Um convívio totalmente possível


Quem nunca ouviu o filho, sobrinho ou afilhado pedir um cachorrinho de presente? É um pedido maravilhoso mas que exige conversa e decidir se a família está pronta para mais um membro na família.
Sim, porque dependendo da idade da criança, não será ela a levar para passear, dar banho, alimentar e assumir todas as responsabilidades que essa decisão requer.
Sabemos que a convivência com animais é extremamente favorável para nós humanos e principalmente para as crianças que são beneficiadas até mesmo no tratamento para excesso de timidez ou problemas psicológicos.
Casos de cães usados como co-terapeutas já está se tornando mais habitual pela comprovação dos benefícios dessa relação. Mas…
Qualquer criança pode ter um bichinho?
Crianças muito novas não são boas candidatas para ter um cão sem supervisão total e consciente. Elas não tem noção que o animal sente dor, pegam de qualquer jeito e brincam com ele como se fosse um brinquedo. Isso pode ter resultados dolorosos tanto para o cão quanto para a criança.
Quando a faixa etária é superior, eles estão aptas para cuidar do animal, mas devem ser sempre supervisionadas e orientadas durante as brincadeiras, manejo e trato do animalzinho.
Levar o cão ao veterinário periodicamente já é de responsabilidade dos pais!
Todo cuidado no controle de verminoses, vacinas e exames para ter um cão saudável e sem risco de transmitir nenhuma doença para as crianças.
O grande segredo dessa relação é trabalhar com a prevenção e educação tanto da criança quanto do cão.
Um fato bastante relevante para os adultos é lembrar que os cães atingem a maturidade num tempo totalmente diferente. Enquanto o humano leva até 20 anos [ás vezes até mais né?] para amadurecer, o cão leva por vezes 12 anos para chegar a idade adulta.
Algumas vezes essa idade pode variar de acordo com a raça e o porte do cão, mas com certeza o amadurecimento vem bem antes que o das crianças, por isso torna-se importante que eduque seu filho canino o quanto antes. Quanto mais cedo se inicia a educação do seu cão, mais fácil para ele o aprendizado e com certeza muito menos dor de cabeça para você.
Mais NUNCA se esqueça: A linguagem que você usa para educar seu filho não será a mesma que precisará usar para educar seu cão. Cães falam outra língua… A linguagem corporal vai surtir muito mais efeito do que se tentar “conversar” com ele usando a língua portuguesa.
Lembre-se: Os filhotes provavelmente irão brincar com vocês da mesma forma que ele brincaria com seus irmãos da ninhada, ou seja, mordendo. Mas saiba que isso não quer dizer que ele tenha uma postura agressiva! Ele só está fazendo o que seu instinto manda, cabe a você dar regras e limites para o novo membro da família.
Tão importante quanto a educação do cão é a educação da criança para respeitar e lidar com o peludo. Crianças tem o costume de colocar o cachorro no colo como se fossem um bebê. Explique que o cão não é um brinquedo e que eles podem brincar de várias formas sem que precise ser no colo.
Supervisionar as brincadeiras colocando limites para os dois é a única forma de manter o equilíbrio e segurança de todos.
Regras para a criança: respeitar o animal explicando que ele sente dor, fome, frio e sede como nós, mostrar a forma correta de brincar sem machucar , não provocar brincadeiras agressivas.
Regras para o cão: não brincar de morder, não pular nas pessoas, respeitar o espaço que lhe for imposto.
Na hora de escolher o cão, não esqueça que toda raça tem sua característica e que as mesmas devem se enquadrar as necessidades e disponibilidade da família.
Ter um Terrier e não dar atividade suficiente ou ter Pug para uma família que gosta de fazer exercícios são coisas que não combinam e só levará a frustrações e aborrecimentos.
Com todas essas observações, vale a pena frisar e reafirmar o grande bem que essa relação proporciona.
Ninguém melhor do que um cão para ensinar o significado de companheirismo, equilíbrio, confiança, solidariedade e paciência.
Um cão desperta em nós seres humanos algo que jamais experimentaríamos com outro ser.
Ter um cão é aprender a AMAR.

Elaine Natal, comportamentalista e adestradora do Projeto Pêlo Próximo e proprietária do Clube das Patinhas