terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cães e crianças – Um convívio totalmente possível


Quem nunca ouviu o filho, sobrinho ou afilhado pedir um cachorrinho de presente? É um pedido maravilhoso mas que exige conversa e decidir se a família está pronta para mais um membro na família.
Sim, porque dependendo da idade da criança, não será ela a levar para passear, dar banho, alimentar e assumir todas as responsabilidades que essa decisão requer.
Sabemos que a convivência com animais é extremamente favorável para nós humanos e principalmente para as crianças que são beneficiadas até mesmo no tratamento para excesso de timidez ou problemas psicológicos.
Casos de cães usados como co-terapeutas já está se tornando mais habitual pela comprovação dos benefícios dessa relação. Mas…
Qualquer criança pode ter um bichinho?
Crianças muito novas não são boas candidatas para ter um cão sem supervisão total e consciente. Elas não tem noção que o animal sente dor, pegam de qualquer jeito e brincam com ele como se fosse um brinquedo. Isso pode ter resultados dolorosos tanto para o cão quanto para a criança.
Quando a faixa etária é superior, eles estão aptas para cuidar do animal, mas devem ser sempre supervisionadas e orientadas durante as brincadeiras, manejo e trato do animalzinho.
Levar o cão ao veterinário periodicamente já é de responsabilidade dos pais!
Todo cuidado no controle de verminoses, vacinas e exames para ter um cão saudável e sem risco de transmitir nenhuma doença para as crianças.
O grande segredo dessa relação é trabalhar com a prevenção e educação tanto da criança quanto do cão.
Um fato bastante relevante para os adultos é lembrar que os cães atingem a maturidade num tempo totalmente diferente. Enquanto o humano leva até 20 anos [ás vezes até mais né?] para amadurecer, o cão leva por vezes 12 anos para chegar a idade adulta.
Algumas vezes essa idade pode variar de acordo com a raça e o porte do cão, mas com certeza o amadurecimento vem bem antes que o das crianças, por isso torna-se importante que eduque seu filho canino o quanto antes. Quanto mais cedo se inicia a educação do seu cão, mais fácil para ele o aprendizado e com certeza muito menos dor de cabeça para você.
Mais NUNCA se esqueça: A linguagem que você usa para educar seu filho não será a mesma que precisará usar para educar seu cão. Cães falam outra língua… A linguagem corporal vai surtir muito mais efeito do que se tentar “conversar” com ele usando a língua portuguesa.
Lembre-se: Os filhotes provavelmente irão brincar com vocês da mesma forma que ele brincaria com seus irmãos da ninhada, ou seja, mordendo. Mas saiba que isso não quer dizer que ele tenha uma postura agressiva! Ele só está fazendo o que seu instinto manda, cabe a você dar regras e limites para o novo membro da família.
Tão importante quanto a educação do cão é a educação da criança para respeitar e lidar com o peludo. Crianças tem o costume de colocar o cachorro no colo como se fossem um bebê. Explique que o cão não é um brinquedo e que eles podem brincar de várias formas sem que precise ser no colo.
Supervisionar as brincadeiras colocando limites para os dois é a única forma de manter o equilíbrio e segurança de todos.
Regras para a criança: respeitar o animal explicando que ele sente dor, fome, frio e sede como nós, mostrar a forma correta de brincar sem machucar , não provocar brincadeiras agressivas.
Regras para o cão: não brincar de morder, não pular nas pessoas, respeitar o espaço que lhe for imposto.
Na hora de escolher o cão, não esqueça que toda raça tem sua característica e que as mesmas devem se enquadrar as necessidades e disponibilidade da família.
Ter um Terrier e não dar atividade suficiente ou ter Pug para uma família que gosta de fazer exercícios são coisas que não combinam e só levará a frustrações e aborrecimentos.
Com todas essas observações, vale a pena frisar e reafirmar o grande bem que essa relação proporciona.
Ninguém melhor do que um cão para ensinar o significado de companheirismo, equilíbrio, confiança, solidariedade e paciência.
Um cão desperta em nós seres humanos algo que jamais experimentaríamos com outro ser.
Ter um cão é aprender a AMAR.

Elaine Natal, comportamentalista e adestradora do Projeto Pêlo Próximo e proprietária do Clube das Patinhas

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