sábado, 26 de novembro de 2011

A PARTICIPAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NA ESCOLHA E TREINAMENTO DE CAVALOS PARA A PRÁTICA DE EQUOTERAPIA

A zooterapia é um recurso que utiliza o animal como instrumento para promover o bem estar do homem e do animal. Diversas técnicas de zooterapia têm sido desenvolvidas e aplicadas no tratamento de diferentes enfermidades, envolvendo principalmente a falcoterapia, cinoterapia e a equoterapia, foco principal deste trabalho. A equoterapia é o campo da terapia que utiliza o cavalo como recurso de tratamento de determinadas alterações motoras em pessoas que possuem necessidades especiais e para pessoas idosas, estabelecendo um aprendizado triangular, que se constitui na relação praticante-cavalo-equitador.

Neste aprendizado é de fundamental importância a escolha e treinamento do animal (cavalo) a ser utilizado durante as seções de terapia, processo no qual o médico veterinário apresenta um grande potencial para atuar. Contudo, destaca-se a pouca atuação do veterinário nas atividades de treinamento de animais e na prática de equoterapia, especialmente no município de Uberlândia/MG.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a participação de veterinários em programas de terapia com cavalos e estimar o melhor tipo de cavalo e raça para se utilizar na prática da equoterapia. O estudo foi baseado em entrevistas não-estruturadas, aplicadas durante o “XII Congresso Internacional de Equoterapia", com equitadores dos Centros de equoterapia do Brasil, Austrália e Estados Unidos. Os dados coletados nestas entrevistas foram complementados com entrevistas realizadas nos Centros de equoterapia de Uberlândia/MG.

As entrevistas mostraram que a participação de veterinários no treinamento de animais para a prática de equoterapia é extremamente baixa. Na maioria das vezes, este profissional atua apenas pontualmente quando os cavalos necessitam de assistência médico veterinária, não acompanhando o processo como um todo.

Quanto às características e preparação dos cavalos para a prática não se observou diferença entre as técnicas e raças utilizadas nos diferentes países. São características desejáveis que o animal seja dócil, corajoso e obediente, que demonstre confiança para o praticante. O eqüídeo tem que ter resistência e rusticidade, facilidade de adaptação ao ambiente, grande peso corporal, para poder atender pacientes obesos. É essencial que o cavalo seja sensível, que aceite bem o contato, o toque, e que tenha comportamento de disponibilidade de ajudar.

O cavalo parece perceber as dificuldades do paciente, sejam elas mentais ou motoras, pois demonstra respeito às diferenças do praticante. Segundo os entrevistados, desde que o animal seja dócil é possível estabelecer um adestramento, ensinando-o a ter um andar calmo e suave, numa passada rítmica. Cada treinamento será adequado às necessidades do praticante, estabelecendo o aprendizado triangular, de forma equilibrada e interava entre os três.

As observações permitiram concluir que não há uma raça especializada para a adequação das técnicas da equoterapia sendo destacadas as características individuais de cada animal na interação do processo de aprendizado triangular. Por outro lado, o médico veterinário tem-se mostrado pouco atuante nesta modalidade de trabalho com eqüídeos.

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