Camila TurtelliAgência BOM DIA
A fisioterapeuta Rosecler Aparecida Carvalho Ribeiro, 33 anos, e a psicóloga Kellen Cristina Florentino, 32, não escondem a empolgação quando começam a falar sobre o 'Reabilitacão'. As profissionais da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), de Bauru, retomaram e reformularam, no começo desse ano, um antigo projeto da associação que é conhecido como pet terapia.
O trabalho consiste em usar animais para ajudar a desenvolver em crianças e adolescentes com deficiência intelectual múltipla e transtornos globais do desenvolvimento desde a coordenação motora até a sociabilidade.
“Na hora que o animal chega na sala, o ambiente já muda”, diz Rosecler. As duas contam que é impressionante ver o resultado rápido que o bicho de estimação é capaz de provocar nos alunos. “Tem um aluno com autismo que passou a ficar mais comunicativo”, conta Kellen.
O autismo é um distúrbio bem conhecido pelos transtornos que causa na comunicação e sociabilidade de seus portadores. As profissionais contam que esse aluno começou a interagir mais, não só com a presença do cachorro, mas também com as pessoas, mesmo depois que o animal já havia ido embora.
Rosecler lembra outro caso de um adolescente com paralisia cerebral. Mesmo com toda sua dificuldade motora, o aluno se anima para tentar manter a cabeça rígida e interagir com o cachorro.
É claro que as reações variam de aluno para aluno, mas mesmo assim, o balanço final é bem gratificante, como fica estampado no sorriso das coordenadoras do projeto.
As sessões do Reabilitacão na Apae são feitas em grupo e duram 50 minutos. Para o próximo ano, dependendo da demanda de voluntários e cães aptos para o trabalho, as meninas pretendem implantar tratamentos individuais de meia hora cada.
Golden e labradoresOs cachorros do projeto são voluntários. Por enquanto, há sete cães das raças golden retriever e labrador, levados por cinco voluntários.
Para fazer parte do Reabilitacão, antes de mais nada eles precisam ser dóceis e gostar de contato com humanos. Na sequência, são levados para uma bateria de provas com os adestradores (também voluntários), para ver se eles são tolerantes a barulho, excesso de carinho e até ocasionais puxadinhas de rabo aqui e apertadinhas ali.
Se forem aprovados, os animais passam para os exames médicos, porque precisam ter a saúde em dia para estarem em contato com os alunos.
Feito tudo isso, eles são adestrados e passam a fazer parte das sessões.
Apesar de todo o trabalho, Rosecler diz que os cachorros que participam aparentam se entregar de corpo e alma à terapia. “Tem alguns que se o dono largar na porta, ele vem sozinho direto para a sala de terapia e fica aqui, entregue aos alunos”.
ResponsabilidadeOs donos também precisam estar dispostos a manter a saúde e a integridade dos cachorros, além de levá-los nos horários marcados, sem falta.
Rosecler e Kellen andam em busca de uma cachorro de porte pequeno que seja capaz de encarar essa tarefa. “Seria bom, principalmente para os cadeirantes, que poderiam pegá-los no colo”, diz Kellen.
Se você tem um cachorro bastante dócil, que adora ser paparicado e ainda lhe sobra tempo suficiente para assumir a responsabilidade de ser um voluntário, então, entre em contato com a Apae, para marcar os testes. O telefone de lá é o (14) 3106-1252 e o endereço: avenida José Henrique Ferraz, 20-20, no Jardim Ouro Verde.
As sessões agora estão paradas por causa das férias, mas devem voltar logo em fevereiro ou março.
Fonte: Rede Bom Dia
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