Além de nos divertir e dar carinho, os animais começam a ser reconhecidos por seu papel imporante na reabilitação de problemas físicos e psicológicos, como o autismo, Alzheimer e depressão
Foi-se o tempo em que cães, gatos, cavalos e companhia eram vistos só como os melhores amigos do homem. De uns anos pra cá, eles têm recebido crédito como legítimos auxiliares no tratamento de uma série de doenças e já protagonizam, inclusive, uma nova abordagem terapêutica: azooterapia, também chamada de terapia assistida por animais. Não estamos falando, portanto, de bichos de estimação, mas de animais recrutados para ajudar alguém a lidar melhor com um problema – entram na lista portadores de paralisia cerebral, síndrome de Down, autismo, Alzheimer… Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, pesquisadores testaram com êxito a equoterapia, modalidade que se vale de cavalos, para acelerar a recuperação de vítimas de derrame. ”Os cavalos têm o movimento do quadril igual ao do ser humano. Por isso, quando o paciente está em cima dele, exercita habilidades como locomoção e equilíbrio”, explica a fisioterapeuta Fernanda Beinotti, da Unicamp. “As sessões também animam aquelas pessoas mais desmotivadas, melhorando sua qualidade de vida”, completa. A linha de estudo revelou, assim, que há ganhos tanto na questão motora como na emocional.
Outro animal famoso por sua atuação terapêutica é o cachorro. “O contato com o cão desfoca a pessoa da doença e propicia a liberação de endorfina, substância que traz sensação de bem-estar e bom humor”, observa a veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs, de São Paulo. Foi de olho nesse potencial que Paulina Basch, diretora clínica do Hospital Infantil Sabará, na capital paulista, criou neste ano o projeto Cão Terapia. Toda sexta-feira, cachorros acompanhados por adestradores são levados à instituição para interagir com crianças de até 3 anos. “O objetivo é atrair a atenção delas e ajudar na sua sociabilização”, diz Paulina. Por isso, a terapia não se resume a acariciar os bichos, mas inclui jogos e brincadeiras. As atividades variam de acordo com o paciente e seu problema. “Uma criança hiperativa pode desenvolver a habilidade de prestar mais atenção nas coisas quando se relaciona com um animal calmo e obediente”, exemplifica a veterinária Ceres Faraco, da Comissão de Animais de Companhia do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal.
Embora pareça simples de ser realizada, a zooterapia não é feita com qualquer animal. Para virar um “terapeuta”, o bicho não precisa ser necessariamente adestrado, mas tem de passar por testes de agressividade para verificar se é dócil, paciente e tolerante. No caso do cachorro, por exemplo, ele não pode se assustar com barulhos, pular sem um comando ou latir a toda hora. Além disso, deve tomar banho com frequência, ter os dentes escovados e ser vacinado. Em outras palavras, não adianta buscar ajuda com um cãozinho de rua ou com o do vizinho.
Apesar de essa abordagem terapêutica estar bastante associada a crianças, cada vez mais experiências evidenciam seus benefícios aos mais velhos. É por isso que cães, coelhos e até tartarugas são tão bem-vindos a clínicas e casas de repouso. “A visita do bicho é um raio de luz. Os idosos se abrem, conversam e alguns sorriem pela primeira vez depois de muitos dias”, relata Hannelore. “A presença de um animal serve como uma quebra de rotina, e isso ajuda principalmente os deprimidos ou quem está passando por uma fase de muitas mudanças”, analisa Maria de Fátima Martins, coordenadora técnica do Laboratório de Pesquisa, Ensino e Extensão em Helicicultura e Zooterapia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga, no interior paulista.
As vantagens, aliás, não se restringem ao aspecto psicológico. “Indivíduos mais velhos que têm problemas de equilíbrio e não fazem exercícios são privilegiados com a companhia do animal, porque se sentem motivados a caminhar mais”, exemplifica Maria de Fátima. Os bichos dariam uma força, por consequência, para espantar o tão prejudicial sedentarismo. “O interessante é que notamos as respostas à terapia logo nas primeiras visitas”, atesta a veterinária da USP. Está aí uma prova de que não são apenas os seres humanos que cuidam de seus amigos animais – o inverso pode ser até mais verdadeiro.
Condições que hoje mais tiram proveito da terapia animal
· Autismo
· Doença de Alzheimer
· Sequelas de acidente vascular cerebral
· Déficits de linguagem e aprendizado
· Síndrome de Down
· Transtorno de hiperatividade e déficit de atenção
· Ansiedade e depressão
· Paralisia cerebral
· Esquizofrenia
· Doença de Alzheimer
· Sequelas de acidente vascular cerebral
· Déficits de linguagem e aprendizado
· Síndrome de Down
· Transtorno de hiperatividade e déficit de atenção
· Ansiedade e depressão
· Paralisia cerebral
· Esquizofrenia
Amigo do peito
Um artigo recente divulgado pela Associação Americana do Coração defende, com base em evidências científicas, que ter um bicho de estimação, sobretudo um cachorro, ajuda a afastar problemas cardiovasculares. O documento também assinala que o risco de morte entre pessoas com doença cardíaca é até quatro vezes menor quando se convive com um pet. Os motivos seriam estes:
· Aumento na carga de atividade física
· Melhora na reação do organismo ao estresse
· Redução da pressão arterial
· Diminuição nos níveis de colesterol e triglicérides
· Maior chance de sobreviver a um ataque cardíaco
· Melhora na reação do organismo ao estresse
· Redução da pressão arterial
· Diminuição nos níveis de colesterol e triglicérides
· Maior chance de sobreviver a um ataque cardíaco
Fonte: mdemulher
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