Por Luciana Dadalto*
O censo de 2012 do IBGE apurou que há, praticamente, um animal de estimação para cada dois brasileiros. Mais do que carinho e amor, a presença dos “pets” também tem contribuído para melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com eles.
Estudos recentes comprovam o valor do animal de estimação como agente terapêutico e social, considerando que contribuem positivamente para o desenvolvimento psicológico e social. A parceria entre animais e pacientes está sendo utilizada cada vez mais em hospitais, creches e asilos, diante dos inúmeros benefícios advindos da “pet terapia”, como ficou conhecida essa prática.
A interação homem-animal desenvolve a autoestima e autoconfiança do paciente, que fica mais afetuoso e mais aberto a receber o tratamento, permitindo, por exemplo, uma aproximação maior da equipe médica.
No Brasil, a pet terapia vem ocorrendo em pequena escala e, como qualquer outra novidade, enfrenta problemas como a falta de credibilidade por parte dos envolvidos e a precária infraestrutura para a interação com os animais. Contudo, de maneira pioneira, alguns hospitais já autorizam a entrada dos animais de estimação dos pacientes.
Além disso, grupos de voluntários, movidos pelos benefícios do tratamento e pelo espírito de solidariedade, têm realizado campanhas e visitas aos pacientes, alertando a população sobre a importância da nova terapia e as vantagens de sua implementação.
Embora pareça uma interação simples, nem todo animal pode ser utilizado como terapeuta, sendo necessário que seja um animal dócil, que goste de interagir com as pessoas e não reaja de forma negativa a possíveis agressões ou rejeições. Os mais utilizados são os cachorros, gatos, calopsitas e tartarugas, que conquistam carinhosamente a atenção dos pacientes, diminuindo a depressão, a ansiedade e a solidão.
A iniciativa dos hospitais em permitir o acesso dos animais de estimação reduz o tempo de tratamento dos pacientes, assim como o uso de medicamentos, aumentando a qualidade e a satisfação pelo serviço prestado.
Portanto, não se surpreenda quando o médico prescrever “um cachorro de duas em duas horas”, ou quando se deparar com animais nos corredores dos hospitais, pois essa prática tem alcançado resultados surpreendentes.
A confiança e o afeto mútuo que envolvem o médico, os animais e o paciente, todos integrantes do processo de tratamento, ultrapassam as questões médicas e passam a envolver a interação do indivíduo com o meio social em que vive, tratando não só os males existentes, mas também evitando o surgimento de problemas futuros.
*Luciana Dadalto é coordenadora do Departamento de Direito Médico e da Saúde da Ivan Mercêdo Moreira Sociedade de Advogados (IMM).
Fonte: PassoMG Online
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