segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pet Terapia realizada com idosos na Itália

Pet Terapia realizada pelo Centro studid el caneit na Itália.

Universidade de Pelotas utiliza cães de rua na Pet Terapia

Segue abaixo um belo exemplo, que mostra que os animais abandonados nas ruas também podem ser cães terapeutas e ajudar na reabilitação de crianças especiais. Para isso, é necessário prepará-los com muito amor e carinho.
Eles também merecem um chance!

Giannina e Napoleão - Cumplicidade é a chave para o sucesso dessa dupla!

Sou dona de um cão da raça boxer, de 3 anos, chamado Napoleão. O Boxer, apesar de sua aparência grande e musculosa, é uma raça com uma índole muito boa, um temperamento tolerante e sociável, se adapta bem em qualquer ambiente, adora crianças e está sempre disposto a todo tipo de brincadeiras. Somos totalmente cúmplices um do outro.

Sempre apoiei ações voluntárias visando arrecadar doações em geral. Quando passei a fazer parte do grupo de voluntários do Projeto Pêlo Próximo fiquei na duvida se estaria preparada para participar de um tipo diferente de doação, doação de tempo e de amor. Decidi tentar, estou aposentada, filhos criados, tempo mais livre e principalmente, de poder compartilhar de uma realidade diferente da minha e tudo isso acompanhada do meu melhor amigo.

O público alvo do Projeto Pêlo Próximo é a fatia da sociedade que infelizmente se encontra um pouco esquecida ou algumas vezes discriminada: idosos, crianças carentes, portadores de necessidades especiais. Logo nas primeiras visitas fomos muito bem recebidos. O cão é o principal responsável, ele abre todas as portas, quebra qualquer resistência, até os mais tímidos ou medrosos acabam sucumbindo ao olhar carinhoso e ao pelo sedoso de um cachorro. As visitas transcorrem num clima de total harmonia, a integração do animal com o visitado é clara e facilmente reconhecida pelo brilho do olhar.


Somos um grupo formado por pessoas comuns, sem uma formação em terapia médica mas com uma vontade enorme de acertar e ajudar. Procuramos fazer uma visita alegre, leve, com brincadeiras adaptadas às necessidades dos visitados , buscando somente o sorriso como resposta. Conversamos, ouvimos muito, aprendemos mais ainda, trocamos experiências, damos um pouquinho do nosso melhor; os animais voltam calmos, sentem que foram úteis, não sentimos o tempo passar. Posso afirmar que ser um voluntário no projeto foi a melhor decisão tomada!!!!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pet Terapia pelo Mundo

Roberta, uma voluntária com um coração enorme!!!

Roberta - Empresária e Psicóloga


Para mim, o “Pêlo Próximo” é um projeto de AMOR. Um projeto que nasceu do amor pelos animais.
Foi observando meus cães que aprendi o significado da palavra ABNEGAÇÃO. Foi por causa deles que nasceu o “insight” de levar um pouco desse AMOR PURO, ABNEGADO, LIVRE DE QUALQUER TIPO DE PRECONCEITO a quem precisa e, principalmente, a quem realmente quer. O principal objetivo do projeto é mostrar que com AMOR TUDO É POSSÍVEL! Que ele está presente em todos os lugares, em todos os gestos, e em todas as criaturas do mundo.
O amor é a chave mestra capaz de abrir os grilhões da alma, de mover montanhas, de vencer os “medos” e provar que o ser humano, quando realmente quer, consegue atingir qualquer meta a que se proponha. Para tanto, só é necessário um pequeno estímulo, no qual o cão, como facilitador de atividades e sentimentos, cumpre sua parte estimulando as pessoas a fazerem exercícios sem que percebam.Os cães que, geralmente, provocam sorrisos por onde passam, despertam também a curiosidade e o afeto das pessoas, fazendo-as se moverem em sua direção.
Esses movimentos variam desde rotação de tronco, extensão e contração muscular ao acariciar e/ou pentear os pêlos dos cães, a jogar bolinha, a segurar algum objeto com finalidade de participar de alguma atividade com o animal entre outras infinitas opções de exercícios que podem ser ofertados por eles (caminhar, correr, brincar de pique-pega, esconde-esconde...).
Existem vários exemplos que podem ser dados, mas o principal a ser dito é que só o animal consegue respostas sensoriais de pessoas especiais, com algum tipo de desordem neurológica (autistas, esquizofrênicos, apáticos, deprimidos, Downs, paralisados cerebrais...), de cadeirantes, idosos e crianças em geral, em fim, de todas as pessoas que sejam ou se sintam de alguma forma excluídas dessa nossa sociedade dita perfeita e, ainda, sem colocação para as pessoas consideradas diferentes.
Por isso me inspiro em meus animais, pois eles não enxergam essa diferença imposta. Essa diferença que, em geral, só é percebida quando se é o objeto da discriminação ou quando ele atinge alguém que lhe é muito caro. Nossos cães estão aí para provar que “fazem a sua parte” auxiliando e atendendo a todos sem nenhum preconceito, com a maior disposição e amor incondicional.

Cão terapia é uma alternativa para amenizar os efeitos do tratamento do câncer.


A presença dos amigos, o apoio da família, a rotina com o trabalho e a manutenção de atividades culturais e de lazer – dentro das limitações de cada um, são instrumentos essenciais para quem enfrenta o tratamento oncológico. Sabe-se, por exemplo, que não basta um bom tratamento e uma equipe médica especializada. É preciso aliar tudo isso a um bom acompanhamento psico-emocional, pois qualquer um reage melhor dessa forma, aumentando suas chances de cura.
No meio disso tudo, uma novidade que à primeira vista pode parecer estranha está ganhando espaço nos principais centros mundiais de tratamento oncológico: a participação de animais no processo. Mais especificamente a cão terapia, alternativa que já começa a mudar a visão de alguns profissionais da área psicológica também no Brasil.Trata-se de uma técnica que utiliza cães treinados e devidamente apropriados para o convívio com pacientes em ambiente hospitalar, permitindo que os doentes brinquem com os animais. Embora pareça uma atividade essencialmente lúdica, a cão-terapia é trabalho científico, cujos resultados são notados a cada sessão. A idéia de complementar o tratamento tradicional com essas terapias pode contribuir para amenizar os severos efeitos do tratamento do câncer.
Afinal, garantir o momento leve de diversão com os animais pode mudar um pouco o “clima” das intermináveis sessões de quimioterapia e radioterapia, tornando-se, no mínimo, uma opção interessante de abreviar dores e sofrimentos. “Ao interagir com os cães os pacientes fazem exercícios físicos muitas vezes sem perceber. Se os levássemos para uma sala de ginástica comum, a resistência poderia ser maior”, afirma o fisioterapeuta Vinicius Fava Ribeiro, indicando outro benefício.
As equipes que vem trabalhando com a cão-terapia são multidisciplinares. Além dos médicos veterinários e adestradores, são formadas por psicólogos, fisioterapeutas, profissionais de educação física, entre outros. Trabalhar o lado emocional, melhorar o humor e estimular o contato físico e a sociabilização são os principais benefícios da atividade. “É uma oportunidade de fazer com que o paciente melhore a sua imunidade e “externe” seus sentimentos, através dos cães”, explica a veterinária Hannelore Fuchs.
As pesquisas com a nova terapia apontam uma redução da pressão arterial, da freqüência cardíaca, da depressão, da dor e uma consequente diminuição de uso de medicação psicotrópica e analgésica, além do estímulo à pratica de atividades físicas. Nos pacientes com câncer a restrição é para quem está imunodeprimido, ou seja, com baixa resistência.
Mas, nesses casos, nem mesmo o contato com outras pessoas é recomendado pelos médicos até que o paciente adquira imunidade suficiente para se auto-proteger do risco de infecções. Em todo caso, a cão-terapia deve ser realizada por equipes profissionais que conhecem bem os cuidados básicos de higiene/assepsia do animal e realizam o controle rigoroso de saúde periódico e dos locais que o animal freqüenta.


Fonte: Portal Sintonia

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Depoimentos de nossos voluntários

A partir de amanhã, iremos postar no blog, depoimentos de pessoas que participam com seus cães do Projeto Pêlo Próximo. Irão contar, suas experiências, alegrias, emoção e sobre o trabalho voluntário realizado nas Instituições.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Dica de leitura imperdível


Nanquim é um cachorro escritor que, convencido de sua beleza e charme, decidiu contar sua história. Ele foi o escolhido - de uma ninhada de sete filhotes -, pelo Doutor, para morar em uma casa grande e silenciosa, cheia de corredores e alas, onde tudo era branco, e também moravam duas coelhas. Tinha a função de visitar as pessoas que iam e vinham.

Em uma dessas visitas, ele conheceu Maia que, diferente das outras crianças, não correspondia às suas gracinhas. As coelhas lhe contaram que a menina sofria de uma doença grave e corria o risco de morrer. O cão ficou abalado, fugiu da casa para conhecer "o mundo colorido", pois, até então, no seu mundo só havia o branco e o cinza.

Na rua, Nanquim conheceu Gengibre - outro cachorro - que lhe explicou o significado de seu trabalho: Nanquim morava em um hospital que tratava de pessoas com câncer e não era a sua beleza e charme que conquistavam as pessoas, mas o carinho e atenção que dedicava aos doentes.

Texto construído com vários recursos de tipografia e ilustrado com imagens em movimentos que se apropriam das cores para narrar em "duas vozes" a história, cujo conteúdo tem uma proposta inovadora e se abre como alternativa para aqueles que buscam a cura. Nanquim existe! Ele faz parte da equipe de um hospital de Santos (SP) que trabalha com a pet terapia.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cães os verdadeiros professores

Esse vídeo mostra o quanto nossos cães são sábios. Depois dizem que eles é que são irracionais. A mensagem é linda demais!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cães auxiliam no tratamento de portadores da doença de Alzheimer


Barney, um cão bassé de 1 ano e meio, tem ajudado Léa Teixeira do Val Moura, de 74, a enfrentar os primeiros sinais da doença de Alzheimer. Com distúrbio de memória, ela se esquece, às vezes, de nomes, rostos e datas, mas jamais do cão: “Barney está com fome!”, “Vocês já deram água para ele?”, vai perguntando a senhora que sempre amou os animais.

A ligação de Léa com o cachorro faz parte de um tratamento. O projeto Pet terapia foi implantado pelo geriatra Renato Maia, no Hospital Universitário da Universidade de Brasília (UnB). Chefe do Centro de Medicina do Idoso (CMI) e presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria, ele afirma que “os animais têm lugar de destaque na reabilitação de idosos e, fundamentalmente, na promoção do bem-estar dos mais velhos”.

O projeto durou até o ano passado, para avaliar o impacto de cães na estimulação de pacientes com doença de Alzheimer. Coordenado pela médica veterinária Damaris Rizzo, envolveu, além de Barney, um animal adulto da raça golden retriever, sob rígido controle sanitário e de higiene.

“O cão comparecia às sessões usando um colete com a identificação do CMI, para designar sua função de ´terapeuta´” A despeito de sua docilidade, o animal era mantido sob controle da médica veterinária com uma guia.

Antes do início do programa, de acordo com o geriatra, pacientes e familiares foram questionados sobre a possível concordância com a terapia e a eventual fobia a cães por parte de alguns deles. “Antes da exposição do animal, os pacientes eram avisados do que iria ocorrer. A entrada do cão já era motivo de alegria e de risadas dos participantes. Eles eram convidados a afagar o cão, repetir o nome do animal e falar sobre a coloração da pelagem. Os resultados foram surpreendentes”, explica.

Efeitos

A técnica pode ajudar os pacientes a ativar a memória recente, a mais afetada pela doença. Além de melhorar o humor e estimular o contato físico. A iniciativa – única do gênero no Brasil e recebida com entusiasmo pelo diretor do CMI foi de três veterinárias.

As médicas veterinárias Damaris Rizzo, Esther Odenthal e Renata Guina querem mostrar que com a vacinação em dia e treinamento correto, os cães podem ser uma alternativa a mais no tratamento de várias doenças.

Hoje no Brasil, por exemplo, a única forma de terapia com animais prescrita por médicos é a equoterapia, na qual cavalos são utilizados no auxílio ao tratamento de problemas como autismo ou síndrome de down.

Embasadas por estudos norte-americanos e europeus que mostram os benefícios da pet-terapia no atendimento a pacientes com outros tipos de enfermidades, as veterinárias buscaram parcerias para iniciar o trabalho. Somente o Centro de Medicina do Idoso aceitou o desafio

A terapia realizada com os pacientes portadores de Alzheimer surtiu efeitos imediatos: alguns idosos conseguiram lembrar os nomes dos cachorros ao final de cada sessão; os pacientes chegaram a comentar em casa que havia no hospital dois cachorros, um preto e um branco; o humor e a atenção de todos melhoraram; pacientes antes monossilábicos, em contato com os cães, passaram a conversar mais.

“Os animais quebram a barreira da comunicação e isso é importantíssimo não só para o idoso como para seus familiares”, diz Damaris. O geriatra Renato Maia atesta a melhora: “Observamos diferenças positivas principalmente no aspecto afetivo dos pacientes, que ficaram muito mais contentes”.

Cão terapeuta

Para ser um cão-terapeuta, é preciso cumprir alguns requisitos. O animal deve ser:

– Treinado: o treinamento é o básico, que permite que o cão obedeça aos principais comandos e possa ser facilmente controlado pelo proprietário;
– Dócil: é mais que manso, o animal não pode atacar e deve aceitar vários tipos de manipulação, como o puxar do rabo, das orelhas, carinhos e afagos em qualquer parte do corpo, etc;
– Saudável: o cão deve passar por check up mensal, ser vacinado, estar livre de qualquer doença infectocontagiosa, tomar banho antes da sessão de pet-terapia, além de passar por uma avaliação psicológica para que se verifique se ele é apto a esse tipo de trabalho.


Com informações de Saúde Plena e UnB
Edição: Clarissa Poty

Cão terapia salva paciente de AVC

Vítima de AVC, paciente desenvolve sozinha tratamento baseado em troca de amor com os animais. História de como a doença foi vencida pela cão terapia.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cachorros heróis e terapeutas


Smoky, uma Yorkshire Terrier, nasceu em 1943, mas foi encontrada perdida na floresta da Nova Guiné em 1944.
Tudo levava a crer, que ela pertencia aos japoneses, mas ao ser levada à um campo de concentração, não respondia a nenhum comando em japonês, muito menos em inglês.Smoky foi então vendida por US$ 6,44 (dinheiro este, usado nos jogos de poker), ao cabo William A. Wynne, que servia no esquadrão aéreo de reconhecimento fotográfico. A partir deste dia, eles nunca mais se separaram.
Nos dois anos seguinte, Smoky e William participaram juntos de diversas missões, sobrevivendo às duras condições climáticas da floresta da Guiné e Rock Island.

Smoky dormia na tenda jundo com William, em uma mochila preparada para isso e dividiam a ração de comida que lhe era cabida. Ela não recebia comida especial, nem tratamento médico, no entanto, nunca ficou doente.

Smoky realizou doze missões de combate e ganhou oito estrelas de batalha. Ela sobreviveu a cento e cinquenta raids aéreos na Nova Guiné e atravessou um furacão em Okinawa. Ela pulou de uma torre de trinta pés, com um para-quedas especialmente feito para ela. Smoky ainda salvou a vida de William e outros soldados ao longo da guerra.
Nas horas vagas, Smoky aprendeu vários truques e entretia as tropas, truques estes, que depois foram usados nos hospitais para animar os pacientes feridos de guerra. Esta nova missão, lhe garantiu da revista Yank Down Unde o prêmio de "Mascote Campeã do Sudoeste do Pacífico".

Ela se tornou heroina novamente, quando ajudou os engenheiros a construirem a base aérea do Golfo de Lingayen, Luzon. Eles precisavam passar um cabo de telégrafo, por um conduite de setenta pés e penas 8 polegadas de diâmetro, apenas Smoky, com seus 2 kilos, poderia realizar o feito.
Smoky ajudou também em um trabalho de escavação, que iria durar três dias com métodos normais, em apenas algums minutos, sem por em perigo nenhum soldado, nem a missão de transporte dos caças de reconhecimento.Ao voltar para os EUA, Smoky e William, foram saudados como heróis e seus feitos foram divulgados por toda a imprensa, tornando-a famosa pelo país inteiro, tanto que, nos dez anos seguintes, a dupla viajou fazendo apresentações, aparecendo em programas de televisão, divertindo os veteranos de guerra nos hospitais e até estrelando filmes.
Foi erguido um monumento à Smoky em Eastlake Doggy Park, Cleveland, onde diz: "O menor soldado da II Guerra Mundial e o mais famoso cão de guerra". No Dia do Veterano de 2005, uma nova escultura foi criada em Cleveland Metroparks, na Reserva de Rocky River, em Ohio, esculpida por Susan Bahary perpetua uma famosa foto dela, onde ela está sentada dentro de um capacete de guerra.
Segundo investigações do Animal Planet, Smoky foi o primeiro cachorro terapeuta que se tem registro, seu trabalho começou em 1944 no 233º Station Hospital na Nova Guiné, onde ela acompanhava as enfermeiras que cuidavam das vítimas da invasão da Ilha Biak, foram doze anos de serviços prestados nesta área.
Smoky agora virou livro " Yorkie Doodle Dandy" e você pode comprá-lo no Amazon, através deste link: Yorkie Doodle Dandy.


Após a morte de Smoky, seu obituário foi publicado, contando seus feitos. Foi então que Grace Guderian ligou para William e lhe contou, que em 1944 ela trabalhava como enfermeira na Nova Guiné e havia ganho de natal uma Yorkshire de natal, chamada Christmas, mas ela havia perdido a cachorra, bem próxima do local onde Smoky foi encontrada.
Coincidência ou não, Smoky sempre respondia quando ouvia a palavra Christmas...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dra. Nise da Silveira a pioneira da terapia animal no Brasil


Nise da Silveira foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung. Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.
Foi uma pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, que costumava chamar de co-terapeutas.
No Brasil, nas décadas de 50 e 60, a psiquiatra junguiana Nise da Silveira utilizou animais na terapia de pacientes internos. Ela percebeu a facilidade com que esquizofrênicos se vinculavam a cães. Em seu trabalho pioneiro com essas pessoas, a médica desenvolveu o conceito de afeto catalisado. Ela parte da idéia de que é importante que o paciente conte com a presença não invasiva de um co-terapeuta que permaneça com o doente, funcionando como ponto de apoio seguro a partir do qual o doente possa se organizar psiquicamente. Após ilustrar exemplos de co-terapeutas humanos, Silveira afirma que animais são “excelentes catalisadores”. Segundo ela, eles “reúnem qualidades que os fazem muito aptos a tornar-se ponto de referência estável no mundo externo”, facilitando a retomada de contato com a realidade.
A aproximação dos internos do Centro Psiquiátrico Pedro II no Rio de Janeiro, começou por acaso quando foi encontrada uma cadelinha abandonada e faminta no terreno do hospital. Silveira tomou-se nas mãos e, percebendo a atenção de um dos internos, perguntou-lhe se gostaria de tomar conta do bichinho “com muito cuidado”. Diante da resposta afirmativa, a psiquiatra deu o nome à cachorrinha de Caralâmpia (personagem da A terra dos meninos pelados de Graciliano Ramos, inspirada em Nise da Silveira). Os resultados terapêuticos da incumbência assumida pelo paciente foram excelentes. Em sua obra, a médica faz referência a outros casos em que ocorrem relações afetivas entre pacientes e animais: Abelardo, paciente temido por sua irritabilidade e força física, assumia postura tranqüila e centrada quando tomava conta de alguns cães e gatos, mostrando-se apto a cuidar deles e investir afeto. Já a paciente Djanira teve sua capacidade criativa como pianista retomada por meio da relação com bichos. Nem sempre, porém as relações eram amistosas. “Os animais recebem também projeções de conteúdos do inconsciente que os tornam alvos de ódio ou temor excessivo”, escreveu a psiquiatra (Sabia Althausen)
Fonte: Psiquiatria geral

terça-feira, 4 de agosto de 2009

PET TERAPIA - ASSOCIAÇÕES E EMOÇÃO


Espécies diferentes costumam despertar variados sentimentos e atitudes, tais como carinho, empatia, cuidado, identificação, hostilidade e medo. Dentre os diferentes aspectos que podem ser mobilizados alguns podem emergir apenas na relação com o animal, sugerindo que sentimentos difíceis de ser vivenciados no mundo humano encontram possibilidade de manifestar-se na relação com os animais.

A forma como cada um lida com as situações vividas com os animais permite uma comunicação de seu mundo interno, valores e sentimentos, revelando aspectos subjetivos. Há situações em que o animal suscita conteúdos mentais das pessoas, tanto por seu simbolismo e pelo que pode representar como também pelos diferentes comportamentos que levam a associações e a experiências emocionais. Em psicoterapia, o contato com bichos pode facilitar a comunicação de conteúdos internos do paciente para psicólogo. O recorte de uma sessão de uma menina que vivia num lar transitório à espera de adoção mostra isso. Em seu primeiro contato com o cão disse à psicóloga que seu avô tinha um cachorro igual, depois parou e emendou: “Na verdade, o cachorro é da minha mãe mas está com meu avô”, evidenciando que em sua família de origem pessoas e animais “são de sua mãe” – mas, assim como a garota, são cuidados por outras pessoas.
Fonte: Psiquiatria Geral

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Cão terapia é uma alternativa para amenizar os efeitos do tratamento do câncer


A presença dos amigos, o apoio da família, a rotina com o trabalho e a manutenção de atividades culturais e de lazer – dentro das limitações de cada um, são instrumentos essenciais para quem enfrenta o tratamento oncológico. Sabe-se, por exemplo, que não basta um bom tratamento e uma equipe médica especializada. É preciso aliar tudo isso a um bom acompanhamento psico-emocional, pois qualquer um reage melhor dessa forma, aumentando suas chances de cura.No meio disso tudo, uma novidade que à primeira vista pode parecer estranha está ganhando espaço nos principais centros mundiais de tratamento oncológico: a participação de animais no processo. Mais especificamente a cão terapia, alternativa que já começa a mudar a visão de alguns profissionais da área psicológica também no Brasil.Trata-se de uma técnica que utiliza cães treinados e devidamente apropriados para o convívio com pacientes em ambiente hospitalar, permitindo que os doentes brinquem com os animais. Embora pareça uma atividade essencialmente lúdica, a cão-terapia é trabalho científico, cujos resultados são notados a cada sessão.A idéia de complementar o tratamento tradicional com essas terapias pode contribuir para amenizar os severos efeitos do tratamento do câncer. Afinal, garantir o momento leve de diversão com os animais pode mudar um pouco o “clima” das intermináveis sessões de quimioterapia e radioterapia, tornando-se, no mínimo, uma opção interessante de abreviar dores e sofrimentos.“Ao interagir com os cães os pacientes fazem exercícios físicos muitas vezes sem perceber. Se os levássemos para uma sala de ginástica comum, a resistência poderia ser maior”, afirma o fisioterapeuta Vinicius Fava Ribeiro, indicando outro benefício. As equipes que vem trabalhando com a cão-terapia são multidisciplinares. Além dos médicos veterinários e adestradores, são formadas por psicólogos, fisioterapeutas, profissionais de educação física, entre outros. Trabalhar o lado emocional, melhorar o humor e estimular o contato físico e a sociabilização são os principais benefícios da atividade. “É uma oportunidade de fazer com que o paciente melhore a sua imunidade e “externe” seus sentimentos, através dos cães”, explica a veterinária Hannelore Fuchs. As pesquisas com a nova terapia apontam uma redução da pressão arterial, da freqüência cardíaca, da depressão, da dor e uma consequente diminuição de uso de medicação psicotrópica e analgésica, além do estímulo à pratica de atividades físicas. Nos pacientes com câncer a restrição é para quem está imunodeprimido, ou seja, com baixa resistência. Mas, nesses casos, nem mesmo o contato com outras pessoas é recomendado pelos médicos até que o paciente adquira imunidade suficiente para se auto-proteger do risco de infecções. Em todo caso, a cão-terapia deve ser realizada por equipes profissionais que conhecem bem os cuidados básicos de higiene/assepsia do animal e realizam o controle rigoroso de saúde periódico e dos locais que o animal freqüenta.
Fonte: Gisele Tamamar / ABCâncer/ ANIMALIVRE