segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Cão terapia é uma alternativa para amenizar os efeitos do tratamento do câncer


A presença dos amigos, o apoio da família, a rotina com o trabalho e a manutenção de atividades culturais e de lazer – dentro das limitações de cada um, são instrumentos essenciais para quem enfrenta o tratamento oncológico. Sabe-se, por exemplo, que não basta um bom tratamento e uma equipe médica especializada. É preciso aliar tudo isso a um bom acompanhamento psico-emocional, pois qualquer um reage melhor dessa forma, aumentando suas chances de cura.No meio disso tudo, uma novidade que à primeira vista pode parecer estranha está ganhando espaço nos principais centros mundiais de tratamento oncológico: a participação de animais no processo. Mais especificamente a cão terapia, alternativa que já começa a mudar a visão de alguns profissionais da área psicológica também no Brasil.Trata-se de uma técnica que utiliza cães treinados e devidamente apropriados para o convívio com pacientes em ambiente hospitalar, permitindo que os doentes brinquem com os animais. Embora pareça uma atividade essencialmente lúdica, a cão-terapia é trabalho científico, cujos resultados são notados a cada sessão.A idéia de complementar o tratamento tradicional com essas terapias pode contribuir para amenizar os severos efeitos do tratamento do câncer. Afinal, garantir o momento leve de diversão com os animais pode mudar um pouco o “clima” das intermináveis sessões de quimioterapia e radioterapia, tornando-se, no mínimo, uma opção interessante de abreviar dores e sofrimentos.“Ao interagir com os cães os pacientes fazem exercícios físicos muitas vezes sem perceber. Se os levássemos para uma sala de ginástica comum, a resistência poderia ser maior”, afirma o fisioterapeuta Vinicius Fava Ribeiro, indicando outro benefício. As equipes que vem trabalhando com a cão-terapia são multidisciplinares. Além dos médicos veterinários e adestradores, são formadas por psicólogos, fisioterapeutas, profissionais de educação física, entre outros. Trabalhar o lado emocional, melhorar o humor e estimular o contato físico e a sociabilização são os principais benefícios da atividade. “É uma oportunidade de fazer com que o paciente melhore a sua imunidade e “externe” seus sentimentos, através dos cães”, explica a veterinária Hannelore Fuchs. As pesquisas com a nova terapia apontam uma redução da pressão arterial, da freqüência cardíaca, da depressão, da dor e uma consequente diminuição de uso de medicação psicotrópica e analgésica, além do estímulo à pratica de atividades físicas. Nos pacientes com câncer a restrição é para quem está imunodeprimido, ou seja, com baixa resistência. Mas, nesses casos, nem mesmo o contato com outras pessoas é recomendado pelos médicos até que o paciente adquira imunidade suficiente para se auto-proteger do risco de infecções. Em todo caso, a cão-terapia deve ser realizada por equipes profissionais que conhecem bem os cuidados básicos de higiene/assepsia do animal e realizam o controle rigoroso de saúde periódico e dos locais que o animal freqüenta.
Fonte: Gisele Tamamar / ABCâncer/ ANIMALIVRE

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