quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cães terapeutas podem ajudar quem se sente sozinho

A Terapia Assistida por Animais ganha cada vez mais espaço no Brasil no tratamento de doentes físicos e mentais


Só quem tem um animal por perto sabe a delícia que é receber carinho gratuito e um amor incondicional. No caso de pessoas com limitações físicas ou mentais, a medicina percebeu que essa relação pode ainda trazer benefícios e melhorar a qualidade de vida dos doentes. Como? Por meio da TAA (Terapia Assistida por Animais, no original em inglês, Animal Assisted Therapy) ou zooterapia.

O benefício da TAA é comprovado pela psicóloga Katia Aiello, que trabalha com seis cães terapeutas adestrados e treinados. Um deles, Guria, uma beagle fêmea de três anos, trabalha há um ano com portadores de síndrome de Down. Já a golden retriever Milla, de seis anos, trabalha há quatro com idosos em asilos e crianças cardíacas no hospital Dante Pazzanese, em São Paulo (SP).

- Foi comprovado cientificamente que a relação do ser humano com o animal o faz produzir endorfina, serotonina e noradrenalina. O paciente fica mais afetuoso e mais aberto para receber o tratamento.

Katia diz que o exemplo se aplica bem às crianças autistas, que geralmente se comportam de forma alheia a realidade: “O contato com os animais as fazem reagir, interagindo com o meio. No caso dos idosos, o carinho sem pré-condições aumenta a autoestima, já que boa parte dos casos são de pessoas que se sentem sozinhas ou abandonadas”.

Os cães terapeutas de Katia passam por uma rigorosa seleção para estarem aptos a fazer o trabalho. Primeiro passam por uma avaliação baseada no teste padrão feito nos Estados Unidos e Canadá pela Delta Society – o “Bom Cidadão” (Good Citizen, no original em inglês).

- Para ser escolhido, o cão deve ser dócil e gostar de ser tocado. Esses tipos de cães são indicados para o tratamento com crianças, idosos, acamados e hiperativos de todas as idades.

A regra se aplica à maioria dos cães, de acordo com Katia. Mas para tornarem-se de fato cães terapeutas, eles devem antes seguir alguns requisitos: ter mais de um ano, ser castrado, vermifugado, tomar as vacinas, banho e anti-pulgas e serem treinados com profissionais. Cães de guarda ou hiperativos não são indicados, por terem instinto violento ou impulsivo.

O veterinário Mauro Lantzman ressalta, no entanto, que todos esses benefícios dos cães terapeutas não devem ser encarados como um milagre.

- É preciso fazer uma diferenciação entre atividades recreativas com animais e a terapia assistida. Na terapia, o animal entra como parte do processo de intervenção psiquiátrica. Essa atividade tem um objetivo definido e um planejamento com atividades compartilhadas com vários profissionais e dados coletados. O animal não faz nenhuma mágica.

Fonte: Portal R7

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