quarta-feira, 5 de maio de 2010

Voluntariado Animal

Número cada vez maior de pets se envolve em trabalhos voluntários

Ser voluntário é doar tempo, trabalho e talento social, e dessa forma contribuir para melhorar a qualidade de vida da comunidade.isso significa que qualquer um pode ser voluntário, certo? Pelo menos é o que tem se visto em trabalhos inovadores, realizados em diferentes pontos do país.

Cada vez mais um número maior de cães (sim, cães!) têm doado parte de seu tempo para ajudar no tratamento e recuperação de pessoas debilitadas. Na Ong OBIHACC (organização Brasileira de interação, Homem-Animal Cão Coração), que desenvolve o projeto “Cão do Idoso “, os cães-voluntários já chegam a 72. “O projeto tem por objetivo desenvolver atividade e Terapia Assistidas por Animais, melhorando a qualidade de vida, o bem-estar e a socialização dos idosos”, explica Silvana Braga, coordenadora do projeto.

Neste projeto, os cães realizam visitas semanais a casas de repouso e abrigos, sempre acompanhados por seus donos, que também são voluntários na ONG. As visitas são desenvolvidas e acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, no qual veterinários, psicólogos, fisioterapeutas, adestradores e fonoaudiólogos desenvolvem atividades lúdicas,a partir de uma abordagem construtivista que estimula o exercício mental, físico e social dos idosos.

Uma vez por semana o lar de idosos Vivência Feliz, em São Paulo, se prepara para receber os cães-voluntários. A participação dos idosos nas atividades não é obrigatória, conforme revela Joaquim Carlos de Barros, vice-presidente da instituição, no entanto a adesão é da maioria. “Os voluntários do Cão do idoso têm total autonomia no Lar, pois a dedicação e o comprometimento deles é comovente. Só entende a importância deste trabalho quem está envolvido”. atesta. E histórias não faltam para confirmar. “temos no asilo uma senhora com um grave quadro de depresão, que no dia-a-dia quase não interage com os funcionários, não corresponde, mas na presença dos cães ela reage, e no resto do dia sente-se capaz de fazer outras atividades sozinha”.

Interação homen-animal: benefícios comprovados cientificamente
Pioneira na pesquisa das relações afetivas entre pacientes e animais, aos quais chamava de co-terapeutas, a psiquiatra Nise da Silveira introduziu os animais em seus trabalhos com os esquizofrênicos na década de 50. Atualmente, a Terapia Assistida por Animais, ou Pet terapia, como também é conhecida, já tem seus benefícios comprovados pela ciência. 

Diminuição da pressão sanguínea e cardíaca, melhora do sistema imunológico, da capacidade motora e aumento da auto-estima são apenas alguns deles. Também estimula a interação social e tem uma ação calmante e antidepressiva, o que resulta, em alguns casos, na redução da quantidade de medicamentos.

No Centro de Medicina do idoso do Hospital Universitário de Brasília, cachorros já auxiliaram no tratamento dos pacientes com Mal de Alzheimer. O trabalho voluntário, desenvolvido por três veterinárias, foi recebido com entusiasmo pelo geriatra Renato Maia, diretor da unidade. “As técnicas aplicadas ajudam os pacientes a ativar a memória recente, a mais afetada pela doença”, certifica Maia. Como era de se esperar, a princípio a proposta de terapia com cães-voluntários causou surpresa no ambiente hospitalar, mas em pouco tempo a desconfiança cedeu lugar ao otimismo,devido os excelentes resultados obtidos. A melhora também foi percebida pelos parentes dos pacientes submetidos á terapia, que reconheceram melhora no humor, maior disposição destes em se submeter aos tratamentos contra a doença, além de aumento no interesse em participar das tarefas domésticas.

Questão de comportamento

Mas para que o voluntariado com animais possa ser realizado, preservando tanto o bem-estar do animal como dos assistidos, alguns cuidado são fundamentais, afinal nem todo cão está apto a realizar a atividade, apenas pelo fato de ser dócil. O controle sanitário deve ser rígido, com revisão veterinária uma vez por mês. Os cães devem comparecer limpos, em geral com banho tomado na véspera da visita. Também devem ser mantidos na guia pela veterinária, e identificados com coletes como cães-voluntários.

“Todos os animais que participam da Ong passam por rigorosos testes de comportamento, obediência, socialização e aptidão; para isso nossos profissionais da área comportamental se dedicam a esta avaliação, feita periodicamente, para diminuir quaisquer riscos e comportamentos indesejados que possam interferir na ação”, assegura Silvana Braga. Na OBIHACC, apenas os cães citados na “Lei da Focinheira” não participam do projeto. (A lei estadual nº 11.531, de 11 de novembro de 2003, estabelece que cães das raças mastim napolitano, pit bull e rottweiller, além de outras especificadas em regulamento posterior, deverão ser conduzidos com coleira, guia curta, enforcador e focinheira).

Satisfação mútua

Engana-se quem pensa que apenas os humanos sejam beneficiados. Por participarem ativamente do processo, os animais melhoram o seu convívio social e emocional, pois existe uma troca dialética entre o cão e o assistido. Mas para que os cães-terapeutas também não fiquem estressados, o tempo das atividades é limitado, e dura em média 60 minutos. As atividades com cães são recomendadas na assistência a crianças e idosos, como companheiro, promotor de bem-estar, e até mesmo em processos terapêuticos mais complexos, como no tratamento para o Mal de Alzheimer. O papel de um facilitador para um procedimento terapêutico formal, podendo ser uma ponte entre profissional e paciente. E como em todo trabalho de voluntariado, é importante também o comprometimento do proprietário do animal, pois este funciona como um elemento a mais na atenção ao assistido.


Interessou-se pelo voluntariado animal?

Veja aqui se seu pet está apto a ser um cão-voluntário:
- O cão deve atender os comandos Básicos, como sentar, deitar, ficar e dar a pata.
- Animais de pequeno porte devem ser dóceis, se deixarem tocar, gostar de estar no colo, e de serem carregados.
- Animais de médio e grande porte, além de dóceis, devem ficar deitados ou sentados juntos Ás pessoas, e não devem lamber  ou latir.
- Os animais devem ser vacinados, vermifugados, adestrados e socializados.
Fonte : Extraído da Revista "PAPO de PET - Espaço Pet  #01" edição fevereiro/março

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