quarta-feira, 13 de abril de 2011

PET: adoção pode despertar a responsabilidade

CONVÍVIO COM BICHOS DOMÉSTICOS FORTALECE O SISTEMA IMUNOLÓGICO, DIMINUI OS NÍVEIS DE ESTRESSE E INCIDÊNCIA DE DOENÇAS

Desde que nasceram, as irmãs Pietra, 5 anos, e Anita, 4 anos, convivem com bichos de estimação. “Os animais conseguem despertar sentimentos de companheirismo e afetividade”, diz veterinária

Ana Ligia Noale

Desde dezembro, a família Baptista tem um novo membro. Trata-se da Julie, uma vira-lata adotada em uma clínica veterinária. O casal Fernanda e Luís Henrique resolveram ceder às investidas da filha Camila, de 9 anos, e aprovaram a ideia. “Com a iniciativa, tivemos a oportunidade de incluir na educação da nossa filha a questão da adoção. Além disso, a presença de um animal em casa favoreceu a noção de responsabilidade”, afirma Fernanda.

A pequena Camila conta que divide com os pais todas as atividades que envolvem os cuidados com a cachorrinha. “Eu brinco, agrado, dou comida e ajudo a limpar a sujeira. Também gosto muito de passear e correr dentro de casa com a Julie. Nós adotamos e ela nos retribui com muito carinho”, acrescenta.

Na casa da veterinária Andréa Mutti, os animais de estimação chegaram antes das filhas Pietra, 5 anos, e Anita, 4 anos. “Sou bastante suspeita, porque na minha opinião toda família deveria ter um animalzinho. Acho superimportante ensinar a criança a valorizar e respeitar todos os seres da natureza, e os animais de estimação conseguem despertar sentimentos de companheirismo e afetividade”, destaca a veterinária.

Para Andréa, através dos cuidados com os animais, a criança aprende a ser responsável por um indivíduo que não poderia se cuidar sozinho. “Deve-se adequar as tarefas à idade da criança, ela pode ajudar a dar ração e água, levar pra passear, jogar as fezes no lixo, dar um medicamento...Também precisamos lembrar que, na maioria das vezes, o animal de estimação proporciona o primeiro contato da criança com a morte e o luto. Esse pode ser um grande aprendizado. Ainda não podemos nos esquecer de que as crianças pequenas podem não compreender os limites de alguns animais. Por isso, deve haver sempre um adulto por perto vigiando o contato.”

Um estudo realizado pelo Departamento de Psicologia Experimental da USP mostra que o convívio com um pet fortalece o sistema imunológico de crianças e adultos, diminui os níveis de estresse e incidência de doenças comuns, como resfriados, por exemplo. “Inclusive, hoje em dia, existe a ‘pet terapia’, que consiste na presença assistida de animais dentro de hospitais e casas de repouso, visando melhorar o bem-estar dos doentes”, diz Andréa.

E as vantagens de se adotar um animalzinho não param por aí. “Eu tenho um cliente que arrumou o primeiro cachorro porque precisava caminhar, deu tão certo que, depois, adotou outro. Ele sai pra caminhar com ambos e estão todos saudáveis. Se tiver alguém que depende totalmente de você, esse é um ótimo motivo pra se manter bem”, acredita a veterinária.

Também é comprovado que os idosos sentem-se mais úteis e responsáveis ao cuidarem de um animal de estimação, mas a adoção precisa ser bem avaliada. “A responsabilidade por um animalzinho é sempre bem-vinda, um estímulo para manter-se saudável, mas pode ser fonte de preocupação. O idoso deve ter condições físicas e financeiras adequadas. E um substituto para o caso de doença ou viagem”, finaliza ela.

Fonte: JC Rio Claro

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