quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pet Terapia, uma frente auxiliar no tratamento da saúde humana


Enquanto os hospitais do Rio de Janeiro, deixam de utilizar a Pet Terapia como um meio auxiliar de tratamento a seus pacientes, as casas de reabilitação vêm abrindo cada vez mais espaço, utilizando animais como facilitadores das atividades realizadas pelos profissionais da área de saúde e, com isso, conquistando cada dia mais adeptos. Já é comprovado cientificamente que idosos, portadores de necessidades especiais, autistas, além de crianças e adultos com depressão podem obter avanços no quadro clínico geral graças ao contato com os animais.
O Projeto Pelo Próximo, que utiliza a pet terapia em várias Instituições do Rio de Janeiro, realiza esse trabalho filantropicamente há cerca de quatro anos em casas geriátricas e de reabilitação. 


“– Nosso trabalho visa auxiliar o profissional da área de saúde, e para isso, levamos o animal devidamente preparado para esse tipo de atendimento. As grandes vantagens dos animais são seu amor incondicional, sua capacidade de adaptação e, principalmente, o fato de jamais julgarem.Geralmente, nossas visitas acontecem nos finais de semana, mas a procura tem sido tão grande, que este ano passaremos a realizar também atendimentos durante os dias da semana” - explica Roberta Araújo, coordenadora do Projeto.


Para a psicóloga e psicoterapeuta do projeto Janice Moraes, o auxílio de um animal terapeuta é fundamental para uma resposta imediata do assistido, seja ele uma criança, adolescente, adulto ou idoso.


"A interação entre os dois é instantânea, com isso, produz-se uma resposta muito rápida aos estímulos, sejam estes físicos ou cognitivos.Na prática clínica, muitas vezes, a formação do vínculo entre o terapeuta e o paciente somente é estabelecida após semanas, algumas vezes até em meses. Na TAA (terapia assistida por animais) todo esse processo é encurtado, sendo o cão um excelente facilitador do vínculo entre o terapeuta-paciente. Essa resposta muita rápida aos estímulos, se dá pela identificação entre o paciente e o cão. A pessoa pode estar fragilizada, por exemplo, por conta de um processo depressivo, e o cão com a sua ausência de julgamento, compreensão, ternura, carinho e acolhimento, consegue fazer com que ele se sinta melhor, e com isso, consiga verbalizar sobre o que o está afligindo. Os resultados são muito positivos e altamente motivadores, e isso faz com que cada vez mais tenhamos vontade de continuar com este trabalho e disseminá-lo por todo o Brasil.". - afirma


O grupo é formado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da área de saúde e de voluntários que realizam um trabalho onde é oferecida a oportunidade de entretenimento, motivação, informação, educação e benefícios terapêuticos por meio do contato com os animais, visando sempre à melhoria na qualidade de vida e mudança na rotina de vida diária. Nas principais atividades desenvolvidas se enquadram a TAA (Terapia Assistida por Animais), AAA (Atividade Assistida por Animais) e EAA (Educação Assistida por Animais).


O Projeto conta hoje com um staff de 20 cães co-terapeutas e duas calopsitas que realizam atividades com pacientes como: o contato direto com o animal; e diversos exercícios para estimular o raciocínio e trabalhar a motricidade tanto fina quanto global dos assistidos. Fazem parte do quadro de exercícios: escovação, exercícios com arco, exercícios de estimulação usando o boliche e pequenas apresentações de agility e show dog. O objetivo principal do trabalho é, por meio da interação homem-animal dentro da Atividade, Educação e Terapia Assistida por Animais, promover e proporcionar os benefícios dos efeitos terapêuticos dos animais em prol da melhoria da saúde física, emocional e mental dos assistidos.


Para as crianças, há ainda o "Pet Health" (onde os cães viram os pacientes e as crianças, tornam-se os médicos), apresentações de teatro, atividade de leitura, desenho, pintura e jogos para estimular a cognição, e principalmente, para despertar nas crianças o respeito aos animais e a posse responsável.
A assistente social, Rita de Cássia Ribeiro,especialista em Gerontologia e Psicogeriatria e proprietária de uma casa geriátrica, com idosas portadoras de Alzheimer, Diabetes e Depressão acompanha o projeto há 3 anos. Atualmente, ela faz parte da equipe multidisciplinar do projeto e é uma das maiores incentivadoras do trabalho de terapia com animais em Congressos e Seminários de Geriatria por todo o Brasil.


– “Durante esse tempo, pude observar a melhora das internas da Pousada Residencial com as visitas mensais dos animais co-terapeutas. A fisioterapia, com a utilização de animais, torna-se mais ágil e alegre, facilitando a execução de atividades que podem ser utilizadas na rotina de vida diária: escovação do pelo - pentear os cabelos, pegar um copo de água; arrumar a bandana - ajeitar a roupa; fixar adornos no pelo do animal – abotoar a blusa ou fechar o zíper. Acho uma pena, que no Rio ainda exista tanto preconceito em levar o benefício dos animais aos pacientes que estão nos leitos dos hospitais. Falta conhecimento dos profissionais da área de saúde, vivência e abertura para aceitar atividades diferentes que podem também melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Os animais para entrarem nesses locais passam por uma assepsia rigorosa, aliás existe todo um protocolo de saúde a ser seguido pelos tutores dos animais co-terapeutas.” - afirma.


O Projeto conta com o patrocínio da empresa Bayer, que fornece os produtos para o controle completo contra ectoparasitas, que são aplicados mensalmente nos animais.
Para saber mais sobre o projeto ou agendar uma visita em uma Instituição visite o site www.peloproximo.com.br ou blog www.peloproximo.blogspot.com.br


Como seu animal pode se tornar um cão de terapia?


Para participar da seleção o cão precisa ter acima de um ano, ser castrado, não apresentar agressividade, interagir com outros animais, com idosos e crianças e estar com a carteira de vacinação em dia. Os cães selecionados passam por testes onde são realizadas simulações de visitas, testes que envolvem barulhos, insegurança e convivência. Após essa etapa, os animais aprovados nos testes, passarão por uma rigorosa avaliação veterinária e seus proprietários deverão apresentar a carteira de vacinação atualizada, exames de sangue, fezes, urina dentro de um período máximo de seis meses e um atestado de saúde fornecido pelo veterinário de cada animal. Os cães selecionados receberão controle antiparasitário e estarão aptos para participar da próxima fase classificatória, que consiste em serem integrados ao grupo para a realização de três visitas em instituições. Após essas visitas, onde os cães serão observados nos mínimos detalhes, caso sejam aprovados, terão direito ao ingresso na equipe de voluntários do projeto.

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