Neste  artigo vamos falar um pouco da relação entre a  criança e estes animais e  como podemos ajudar o desenvolvimento emocional de  nossos filhos. Além  do afeto, os animais também podem produzir outros benefícios  para a  saúde. É nisso que se baseia a “Terapia Assistida por Animais”. Segundo   a Delta Society (http://www.deltasociety.org)   , organização internacional com sede nos Estados Unidos que se dedica a  reunir  pacientes a animais treinados. As terapias assistidas por  animais são capazes  de promover melhoras físicas, sociais, emocionais e  cognitivas humanas. 
Quando a criança começa a crescer e sensibilizar suas relações de   afeto, os objetos passam a ser substituídos por seres vivos. De todos os   animaizinhos de estimação o mais comum e que mais se interage com o  ser humano  é o cão. Com ele a criança pode brincar, correr, explorar o  ambiente e  vivenciar novas experiências. Há um ganho significativo  aqui: a criança não  mais interage com total poder sobre o objeto de  afeição e suas ações provocam  reações. O cachorrinho pode correr para  apanhar o objeto lançado, pode rosnar e  até morder. Ele reage ao  carinho, abana o rabo, pula...e agride, se maltratado.  E não é só o cão  que interage com a criança, apesar de ser o mais comum, outros  animais  também fazem papel importante. O gato se encosta e se permite ser   tocado. Os peixinhos se alvoroçam no aquário quando a criança lhes joga o   alimento. O passarinho pega o alpiste na mão da criança e seu encanto  atrai  pequenos e grandes. Além da relação de afeto que se desenvolve,  do estímulo ao  período sensório - motor, do tocar, do sentir, do  explorar o corpo do animal e  observar suas reações, muitos  conhecimentos são adquiridos, do campo  psicológico ao campo científico.
Ter um animal também requer cuidados e estes cuidados, orientados pelo adulto, estimulam a autonomia e a responsabilidade. Cuidar da limpeza do bichinho e do seu habitat, cuidar da sua alimentação, dividir o seu pão e lhe oferecer um pedaço do seu biscoito, medicá-lo quando necessário, também favorece o desenvolvimento do vínculo afetivo e a lidar com os mais diversos sentimentos, da frustração à alegria e até à morte. E nesta relação entre a vida e a morte que o animal de estimação têm um papel muito importante, a criança aprende lidar com a perda, com a dor. Um risco que todos correm e queremos evitar e poupar, mas o ciclo da vida está aí, mostrando a ordem natural das coisas.
Nesta convivência tão saudável e necessária, a criança está aprendendo e desenvolvendo suas relações afetivas para o futuro, influenciando na sua forma de se relacionar com as outras pessoas e respectivos parceiros, com segurança, compreensão, aceitação e respeito.
Se no  mundo das  artes encontramos lugar para o desenvolvimento da  criatividade e do auto  conhecimento, é no mundo da natureza que a  criança desenvolve a sensibilidade,  a observação, a compreensão e os  sentimentos de solidariedade, generosidade,  zelo, afeto e carinho.
Alguns fatos que devem ser considerados importantes:
- A criança que convive com animais, é mais afetiva, repartindo suas coisas, é generosa e solidária, demonstra maior compreensão dos fatos, é crítica e observadora, se sensibiliza mais com as pessoas e as situações.
- Apresenta autonomia, responsabilidade, preocupação com a natureza, com os problemas sociais, desenvolve boa auto-estima.
- Relaciona-se com desembaraço com os amigos, tornando-se mais sociável, cordial e justa. Sabe respeitá-los.
- Desenvolve sua personalidade de maneira equilibrada e saudável, sem mais facilidade para lidar com a frustração, liberta-se do egocentrismo.
- Desde os cuidados com aquela planta do vaso da sala aos cuidados com o bichinho que escolheu para ser seu, a criança está desenvolvendo uma nova consciência, onde o meio-ambiente, as questões ecológicas do momento e as questões sociais, políticas e econômicas do mundo, sob uma outra ótica, contará com a colaboração de verdadeiros cidadãos.
CURIOSIDADES:
- Pacientes autistas foram “despertados” de seu estado constante derecolhimento na presença e o convívio com animais.
- Nos lares de pessoas idosas, a presença de um animal aumenta as expectativas de vida.
- A equoterapia (terapia complementar com auxílio de cavalos) é utilizada no desenvolvimento psicomotor de portadores da síndrome de Down e outras deficiências neuropsicomotoras congênitas ou adquiridas.
- Os animais são indicados para pessoas com deficiências sensoriais (cegos e surdos), dificuldades de coordenação motora (ataxia), atrofias musculares, paralisia cerebral, distúrbios comportamentais e outras afecções.
- O cachorro é capaz de pressentir antecipadamente as “convulsões” características da epilepsia quer seja do ser humano ou de outro animal.
- Todos os procedimentos científicos e técnicos vêm confirmar a relação afetiva que os animais são capazes de estabelecer com as pessoas. Além disso, é muito importante lembrar que todos nós interagimos nomesmo ecossistema.
Lucia Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe
 
 
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