sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pet terapia ajuda deficientes

Tratamento com animais, principalmente cachorros, ajuda no cuidado de pessoas excepcionais
                      
JULIANA REGUEIRA
ELAINE CRISTINA ALVES
do Rudge Ramos Jornal


Um cão pode representar para o dono companhia, amizade ou até mesmo passatempo. Na área da saúde, essa relação do homem com o animal já é usada para fins terapêuticos. A prática é conhecida como Pet-terapia ou Terapia Assistida por Animais (TAA), que consiste num método complementar no tratamento de pacientes com problemas intelectuais.
Em São Bernardo, a Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais) desenvolve a Pet-terapia há dois anos. A presença do animal incentiva o paciente a se concentrar, interagir e a tomar decisões, além de socializar o ambiente clínico, que com o passar do tempo, pode se tornar pesado.

O labrador Domec, os goldens retrieveres Átila e Simba e a border collie Bisteca chegam cedo a Avape, todas as segundas e sextas-feiras, com o intuito de prestarem atendimento para cerca de 20 alunos que possuem desde deficiência física ou intelectual leve, até casos mais sérios como portadores de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

As psicólogas Damaris Altisse Agaister e Márcia Regina Franco trabalham há aproximadamente dois anos na Avape, e com TAA há um ano meio. Ambas destacam a diferença entre o atendimento dentro do consultório e no ambiente de terapia assistida com a presença do animal.

“Há uma paciente que não entrava na sala com medo do cão. Primeiro, trabalhamos a aceitação do animal. Depois, ela teve que ficar na sala só observando para então começar a tocar no cachorro e até dar tchau”, afirmou Damaris. Segundo ela, o relacionamento social desta paciente obteve melhorias surpreendentes em apenas quatro meses. “Foi um ganho muito mais rápido do que se estivéssemos trabalhando na sessão, o que eu acho que iria demorar muito mais tempo”, afirmou a profissional.

Damaris cuida dos pacientes pertencentes ao Grupo de Estimulação Básica (GEB), que tem como foco a parte de relacionamento interpessoal, facilidade de compreensão, coordenação motora e de linguagem, bem como o amadurecimento e aproximação da criança com ambientes externos.

Tratando-se de aspectos ligados à temática e envolvimento emocional, Márcia é a principal responsável, especialmente pelo tratamento de pessoas autistas. Interação e expressão de sentimentos eram as dificuldades mais presentes no cotidiano dos pacientes, o que no atendimento convencional, ou seja, dentro do consultório médico, era um fator de difícil solução. “Hoje, com entrada do cão, eles interagem muito melhor consigo mesmos, pois antes se isolavam e cada atividade era feita separadamente”, afirmou a psicóloga.

Tratamento- Antes de participar da terapia na Avape , o paciente deve passar por uma primeira triagem médica para que seja dado o diagnóstico. Ao fim da avaliação, é realizada a distribuição, na qual cada indivíduo é encaminhado para o respectivo grupo em um horário marcado. É neste momento também que é avaliado se há a necessidade de contatar a família ou responsável antes do início do tratamento, mas isso varia de acordo com o caso.

Passar confiança para os pais e responsáveis pelas crianças também é um fator primordial que contribui para o sucesso da atividade. Os profissionais devem deixar bem claro que os bichos são bem cuidados, passam por acompanhamento especializado antes de se tornarem integrantes assíduos das sessões, que há também vacinação periódica, e que são adestrados profissionalmente.

Os participantes da TAA não têm prazo determinado para receber alta — o tratamento é livre e a duração de cada sessão terapêutica é de cerca de 30 minutos por dia.

Fonte: Portal Metodista 

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