sábado, 6 de outubro de 2012

Terapias assistidas por animais ganham força


A ONG Cão Amigo, em Curitiba, leva a 10 instituições alegria e cura por meio dos bichos
Há décadas, a presença de animais nos hospitais dos Estados Unidos é muito comum. As chamadas Terapias Assistidas por Animais (TAA) também são usadas com sucesso no Canadá e Europa. No Brasil, o método ganhou popularidade e força no final dos anos 1990.

Considera-se que a origem da TAA remonta a Inglaterra, país onde, no final do século XVII, o método foi aplicado numa instituição, no âmbito do tratamento de doentes mentais ali internados.

Famosa em todo país, a ONG Cão Amigo, em Curitiba, leva a 10 instituições - entre elas escolas especiais e asilos - alegria e, em alguns casos, até cura por meio dos cães.

A ONG não possui uma sede. São 80 cachorros que, na companhia de seus donos/voluntários, comparecem sagradamente e semanalmente nos lugares selecionados pela instituição.

''Visitamos desde escolas regulares, nas quais a educação também é assistida por animais, até escolas especiais, asilos. É incrível ver como os bichos contribuem para a melhora das pessoas. Temos o caso de uma criança com autismo que passou a conversar com o cão e depois de um ano abraçou e agradeceu o voluntário por levar o cachorro toda semana. Casos de crianças agressivas que com o tempo foram acalmadas pelos cães'', relata.

E continua: ''Também há idosos com depressão que não saíam do quarto e depois de um tempo passaram a levar os cães para passear; e crianças que não esticavam os abraços e nem abriam as mãos e com o tempo passaram a fazer isso alimentando os animais. Os cachorros conseguem isso, eles têm magia, sexto sentido e muita sensibilidade'', relata Manuella Balliana Maciel, psicóloga e presidente da ONG.

A TAA, utilizada para ajudar crianças, jovens e idosos, com os mais diversos problemas, exige comprometimento e treinamento, tanto para voluntários quanto para cães e demais espécies.

''Cada voluntário tem seu cão, não importa a raça. Já tivemos desde bull terrier, rottweiler até pinscher e poodle. Já tivemos também os pequenos e delicados topolinos (mini ratinhos) e calopsitas. Eles faziam o maior sucesso! Os donos passam por uma palestra, onde se comprometem com uma agenda, tendo limite de faltas. Em seguida vem a avaliação de um veterinário sobre a saúde do animal, que precisa estar com a vacinação em dia, banho etc. Depois a avaliação do animal em grupo e individual, onde fazemos inúmeros testes'', explica Manuella.

Este tipo de terapia, diferente do convencional, segundo a presidente da ONG, vem ganhando respeito a cada dia. ''Alguns anos atrás procuramos um hospital para levar os animais e não fomos recebidos. Este mesmo hospital nos procurou recentemente nos convidando para levar os animais até lá. Mas, infelizmente, por falta de pessoas, não temos condições de atendê-lo.''

A correlação entre o homem e o animal, mais precisamente o lado positivo que os bichos têm na saúde humana, está comprovada, fomentada e incentivada porque, acima de tudo, traz bem-estar. ''Eles são estimulantes. Vivem para a gente, nos esperam sempre felizes, independentemente de qualquer coisa. Não importa qual seja o seu bicho, todos têm amor para oferecer'', conclui Manuella.
Elaine Souza
Reportagem Local
Fonte: Folha Web

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